Há pouco mais de uma semana, vem fazendo muito sucesso nas redes sociais as imagens de uma garota, belo-horizontina de classe média, que se veste como menino. Cada foto sua na internet rende, em média, mais de 20.000 visualizações, entre curtidas e compartilhamentos. Ela se chama Tereza Brant e tem todos os trejeitos de um menino. Em Pará de Minas, a reportagem GP encontrou uma história bastante parecida com a de Tereza. Trata-se da pará-minense Jéssica da Silva Fonseca, 22, (foto). Com total exclusividade, a reportagem GP conversou com ela. Não deixe de ler. “Minha mudança de passar a vestir de menino começou aos 15 anos, quando terminei o namoro com um menino. Daí, vi que deveria me sentir bem e optei por uma mudança radical. Comecei cortando os cabelos bem curtos e mudando o meu estilo de vestir. O que fez eu mudar o meu estilo foi a minha opção sexual, porque eu não me sentia bem me vestindo de mulher. A partir daí, me senti realizada vestida como menino e não mais como menina. Sinto-me bem assim e não vou deixar, nunca mais, de ser eu mesma”, confessa Jéssica ou Jecão Bofinho, como é mais conhecida. O APELIDO – “O apelido Jecão Bofinho surgiu, quando eu jogava futebol e uma amiga do time me chamou de Jecão e pegou. O Bofinho foi acrescentado por mim, porque todas as meninas que se vestem de menino são chamadas assim. Hoje, sou conhecida assim, não só aqui, na cidade, mas também na região e nas redes sociais. Há muitos comentários em cada foto que eu posto no facebook”. A FAMÍLIA – “Minha convivência familiar é ótima, mas, como tudo no início, foi um pouco difícil. Tive algumas dificuldades por parte do meu pai, mas hoje ele já entende e aceita bem. Com minha mãe a gente sempre teve um relacionamento muito aberto com ela sempre me dizendo: Te amo do jeito que você é! Então, eu não tive grandes problemas em casa, mas vejo amigos sofrendo vários preconceitos dentro e fora de casa. Existem pais que colocam seus filhos para fora. Sei que há pessoas que não têm a mente aberta e ainda têm muito preconceito contra os homossexuais. São os chamados homofóbicos. Mas, para se fazer um mundo cada vez melhor e sem preconceito, basta que elas simplesmente entendam que somos todos iguais. Esse respeito é muito importante. A SOCIEDADE – “A sociedade me vê como uma pessoa normal, mas se assustam quando olham bem, porque sou uma menina com aparência de menino. Já passei por momentos em que as pessoas me olham e me chamam de menino. Depois, percebem que é uma menina. Mas isso para mim é tranqüilo... até prefiro que seja assim mesmo. Às vezes, perguntam: É menino ou menina? Eu lido com isso sempre falando a verdade”. O SONHO – “Tenho sonhos como qualquer pessoa. Um deles é entrar para uma agência de modelos, onde há pessoas do meu estilo. Sempre ouço de amigos, até de outras cidades, que me daria bem como modelo pelas fotos que estou postando no facebook. A CIRURGIA – “Não pretendo fazer nenhuma cirurgia para mudar de sexo. Gostaria que todos me entendessem e pensassem como eu penso. Como agora estamos em um processo de mudança nas leis brasileiras destinadas às pessoas do mesmo sexo, pretendo casar e poder adotar uma criança, futuramente”.