A ideia do Governo Federal de contratar médicos estrangeiros para trabalhar no Brasil, como sendo a forma mais viável para solucionar o atual e precário estado de saúde em todo o país, tem gerado grande repercussão na mídia. Causa, inclusive, irritação em alguns médicos brasileiros. Diante disso, a reportagem GP ouviu 3 médicos que atuam na cidade para saber como eles receberam a notícia. Veja.
CAPITAIS – “Concordo com a contratação. Não vejo nenhum problema com relação a isso, desde que façam o curso, revalidem o diploma e sigam as metas que o governo está traçando em levar para as áreas que estão necessitando de profissionais. Mas acredito que a maioria vai ficar um tempo naquelas regiões e depois irá para as capitais”. MÁRIO CHICATA, clínico e cirurgião geral, natural de Arequipa, no Peru.
IMPOSIÇÃO - “Acredito que sem a revalidação é praticamente impossível, devido à barreira da língua, costumes, disponibilidade do médico e acredito que pode ser até perigoso. Mas se esses médicos fizerem o Revalida, prova que comprova se o médico está ou não apto para praticar a medicina no Brasil, não vejo problema algum. Porém, desta forma que o Governo Federal está impondo, com os médicos tendo que trabalhar nas áreas pré-determinadas pelo governo, não acredito que o projeto vá pra frente, porque, se fosse para ser assim, teriam outros meios de conseguir médicos para essas vagas, oferecendo, por exemplo, uma melhor infraestrutura, principalmente, e, depois, uma melhor remuneração”. GABRIEL GUEDES, clínico geral.
INCONSTITUCIONAL - “Acredito que se não tem profissional no Brasil, deve-se contratar fora sim, mas o governo deve contratar de países desenvolvidos e não de um país como Cuba que, infelizmente, é um país que não desenvolveu na medicina, nem em outros quesitos. É um país que ainda está vivendo os Anos 60. Fora isso, a contratação desses médicos é inconstitucional. A Constituição Brasileira não permite a maneira que a presidenta Dilma está fazendo, porque, indiretamente, seria uma escravidão branca, já que os médicos estrangeiros não irão receber o salário que merecem, pois uma parte desse salário seria enviado para Cuba. Então, acho que é uma contratação completamente ilegal. O melhor a se fazer é investir esse dinheiro em infraestrutura e em melhores salários para os profissionais. E se isso ainda não adiantar, o correto seria contratar médicos de países desenvolvidos e não de países que estão em situação pior que o Brasil”. SILVIMAR NUNES DE OLIVEIRA, médico ortopedista e advogado.