Na manhã do dia 3, 3ª feira, o prefeito Antônio Júlio provocou uma reunião em seu gabinete, quando foram convocados secretários, assessores, representantes da Copasa, Ministério Público, câmara municipal, Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros que tratou do terrível racionamento de água na cidade, divulgado na 1ª página da GAZETA, do fim de semana anterior. Após, do lado de fora, a reportagem GP falou com os principais envolvidos do encontro: câmara municipal, promotoria pública, prefeitura e Copasa. Fique por dentro.
HOUVE INVESTIMENTO? - “A Copasa não fez o investimento necessário e, por isso, hoje falta água. Então, a gente pede encarecidamente à população que se preocupe com isso, porque a Copasa não se preocupou. A gente critica a Copasa e eles não gostam, mas as críticas são para melhorar a prestação do serviço deles à população, que paga em dia suas contas. Não pode faltar água no município, enquanto as chuvas não chegam”, cobra o presidente da Câmara, vereador Marcílio de Souza.
E O CONTRATO? - “A solução definitiva para essa falta de água passa necessariamente pela renovação do contrato para que sejam feitos novos investimentos. Desde 1991, a Copasa alardeia falta de água no município, mas a gente não percebeu nenhum investimento, a fim de resguardar o município dessa escassez que hoje se confirmou. Não houve construção de reservatório, nem de barragens. Entendo que houve uma omissão, uma negligência da Copasa, durante esses 18 anos da validade do contrato de concessão. Ela não pode alegar hoje surpresa quanto a essa escassez”, condena o promotor de justiça, Delano Azevedo.
A COPASA FICA? - “Tem parte de culpa a Copasa, pela falta de investimentos, mas tem também a falta de chuva. Então, vamos criar um Comitê de Emergência para amenizar a situação, principalmente nos pontos mais altos da cidade. A zona rural também sofrerá com o racionamento de água. Vamos informar melhor a população sobre essa falta de abastecimento para que ela possa se planejar também. Sobre o contrato, as pessoas vêm especulando que isso seria uma estratégia da Copasa para forçar a prefeitura a assinar sua renovação. Mas a Copasa não tem feito pressão e eu acho que ela tem que permanecer em Pará de Minas”, aplaude o prefeito Antônio Júlio.
HÁ SAÍDA? - “Discutimos com a prefeitura um plano de ação que vai, desde aumentar a oferta de água, até a participação da população, economizando água (veja anúncio na página 4). A crise aconteceu em função da seca que veio agravar a situação, fazendo os mananciais da Copasa reduzirem em muito a vazão, num período relativamente curto. Mas já vamos entrar em operação com 6 poços artesianos e o Comitê de Emergência avaliará, diariamente, o andamento das ações. Mesmo com essas medidas, ainda poderá acorrer falta de água, mas em um nível bem mais administrável”, acredita João Andrade do Nascimento, chefe do Departamento da Região Metropolitana da Copasa.