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Acomodou-se no trabalho. E agora? - 28/11/2013

O comodismo é uma posição em que a pessoa fica por estar satisfeita em uma determinada condição. Porém, isso não quer dizer que essa condição seja sempre a melhor, porque, muitas vezes, um funcionário, que tanto se esforçava no ambiente de trabalho, de repente, deixa de se expandir e acaba se acomodando. Seja, por não ter perspectiva de ganhar um salário melhor; seja por não ter oportunidade de subir de cargo, e até por medo de mudar de emprego e ou empresa. Enfim, quem se acomoda com a situação em que está, está vivendo o comodismo. Para falar sobre esse assunto, que é muito mais comum do que se imagina, a reportagem GP falou com a especialista em Recursos Humanos, Káthia Lima Melo Martins, que contou como o profissional chega a esse incômodo estágio. Saiba mais. “O comodismo vem mais da pessoa que da empresa. Há pessoas que não sentem necessidade de buscar conhecimento e o cargo que ela ocupa está bom para ela. Lógico também que alguns fatores geram acomodação, mas cabe à pessoa mudar isso. Um bom profissional jamais se acomoda, porque ele tem desejo de conhecimento e novas oportunidades estão sempre surgindo. Cada empresa tem um perfil próprio e uma maneira de conduzir os negócios que, às vezes, não pode ser mudado para satisfazer o profissional. Então, é sempre bom ter certeza se é o que ele quer realmente, no momento de iniciar uma carreira, para não ficar acomodado e descontente no futuro”, explica Káthia. SÓ O SALÁRIO? - “Como prestadora de serviços de RH para a Lamil e outras empresas em Pará de Minas, o que mais observo, no momento de recrutar candidatos, é que muitos estão buscando apenas um salário melhor, o que, muitas das vezes, não é bom não só para a empresa, mas também para o profissional que está entrando no mercado. Salário é uma coisa que hoje está bom para você, mas amanhã pode não estar e, por isso, o funcionário fica desmotivado com a empresa, criando barreiras que ele não consegue mudar, chegando a se acomodar em uma zona de conforto”. CULPA DE QUEM? - “A partir daí, o funcionário para de crescer, gerando malefícios para a empresa e para si mesmo. Entre outras coisas, o profissional se torna negativo, reclamando de tudo: salário, horário de trabalho, vai trabalhar insatisfeito e acaba criando um desconforto em toda a equipe. Fora isso, ele leva essa insatisfação para dentro de sua casa, mas ele se esquece que o comodismo foi ele mesmo que criou. Fica esperando que a empresa faça algo por ele, quando, na verdade, ele mesmo poderia estar fazendo o melhor para si mesmo, no trabalho”. VESTINDO A CAMISA “A pessoa, quando entra em determinada empresa, tem de conhecer, antes de tudo, o que a empresa está lhe oferecendo, como é o seu funcionamento, buscar referências e, aí sim, tomar a decisão de fazer ou não parte dela. A partir do momento em que ela entrou na empresa e está trabalhando nela, tem de vestir a camisa e aceitar as condições que a empresa oferece. Claro que, às vezes, aparecem oportunidades dentro da empresa, mas outros funcionários estão melhores capacitados para assumir essas funções, exatamente por estarem querendo algo mais dentro daquela empresa”. O QUE FAZER? - “Por outro lado, é claro que o profissional também tem o direito de se questionar, sempre se perguntando se ele está satisfeito com o que está fazendo. É essa a profissão que quero para mim? Quero algo mais que isso? Uma empresa sem planos ou perspectiva para o funcionário acaba desmotivando-o. Mas se o funcionário está insatisfeito, ele tem de expor para a chefia o que não lhe traz felicidade dentro do ambiente de trabalho e, assim, chegar a um acordo.”

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