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5 MESES NA BARRIGA, 6 NO CTI - 26/12/2013

A reportagem GP tomou conhecimento de uma história emocionante de persistência, vivida por uma criança patafufa que esteve internada em um CTI de Belo Horizonte, tempos atrás, durante os seus 6 primeiros meses de sua vida. Trata-se de Igor Davi Teixeira Neves, hoje com 11 anos e quem contou tudo sobre todo o drama vivido pela família foi sua mãe, Isabel Cristina Maciel Davi Teixeira Neves. Confira esse emocionante e exclusivo relato de superação “Minha bolsa rompeu, quando eu estava com apenas 5 meses de gestação. A médica achou que ele tinha que nascer. A princípio, poderia ser dada uma injeção de um líquido semelhante ao líquido aminiótico, mas o risco de infecção era alto. Então, ela tomou a decisão de fazer a cirurgia. O CTI do Neo Center, que atende os grandes hospitais de Belo Horizonte, foi avisado e o meu filho foi intubado na sala de parto... ele ficou os 6 primeiros meses de vida no CTI”, conta a mãe. COMPLICAÇÕES – “Ele precisou fazer várias cirurgias cardíacas, porque ele era muito pequeno. A principio, foi um sucesso, mas ele teve uma complicação pós operatória e ficou muito ruinzinho. Parecia um sapinho de tão inchado com todos os pontos abertos. Ele teve de tomar antibióticos muito fortes. E ele ainda teve outras infecções, por causa dos tubos; como ele ficava deitado o tempo todo, teve água no pulmão também, quando teve que fazer drenagem e colocar uma sonda. Precisou de sonda para sugar, pois, intubado como ele estava, não conseguia fazer o movimento de sugar. Teve de aprender. Eu tirava o meu leite e levava para eles darem para ele, mas ele tinha muita dificuldade, porque estava estressado. Eu passava a manhã com o meu filho mais velho (7 anos), deixava ele no colégio por volta de 12H30 e ia direto para o CTI, de onde eu só saía à noite. Por incrível que pareça ele não teve pneumonia”. MUITOS VELÓRIOS – “Eu nunca tinha ido a velórios de crianças e aquele foi o ano que eu mais fui, porque nós, mães, somos muito solidárias umas com as outras. Ao meu redor havia mães com problemas piores do que o meu... havia crianças que não passavam de 1 mês. Uma criança que nasceu com os órgãos todos expostos estava no leito, ao lado. Quando acontecia alguma problema com alguma das criança, as mães eram colocadas na sala de espera, até que o problema fosse selecionado. Mantenho laços de amizades com coleguinhas de CTI do meu filho, até hoje. Quando ele saiu do CTI e foi para o quarto, ficou definido que ele iria para casa com a traqueotomia. Levei um tempo para treinar a aspiração. Um dia, na pediatria ainda, notei que ele estava com dificuldade de respirar, me aproximei e vi a cânula saindo. Fiquei desesperada e liguei para a enfermagem, informando o problema. Chamaram o pediatra plantonista, o cirurgião pediátrico, mas ninguém sabia colocar. E meu filho lá com notável sofrimento e mudança de cor. O oxigênio já estava no topo e ele só piorando. Não pensei duas vezes: coloquei a cânula no lugar, nem sei como (choro). Depois, fui até convidada para dar uma palestra na PUC/MG, para uma turma de fisioterapeutas”. DESCUIDOS MÉDICOS – “Os formandos são colocados ali sozinhos, sem ninguém para acompanhar. Houve uma vez que uma fisioterapeuta recém formada chegou para aspirar meu filho e comentou comigo que ele estava com muita secreção. Eu disse que não, porque tinha acabado de aspirá-lo pela manhã. Ao ver que ela estava aspirando um líquido branco, eu disse que ela estava aspirando o estômago dele. Ela tomou um susto e saiu da sala, voltando, depois, muito nervosa e me pedindo para que eu não comentasse o ocorrido. Ao invés dela colocar uma sonda no pulmão, ela pôs no estômago dele, aspirando o leite que eu tinha dado para ele. Vi também um cirurgião atendendo o celular dentro do CTI e, depois, colocando as mãos nos pacientes, sem lavar”. INTENSO TRATAMENTO – “A volta dele para casa foi feliz, mas eu me sentia muito insegura. Um médico me falou que enfermeiras são treinadas durante meses, mas que para uma mãe o treinamento não durava uma semana. E foi realmente o que aconteceu. e o custo do tratamento era alto, já que a Unimed negou seu Home Care. Tínhamos que comprar o oxigênio, alugar o saturador e o aspirador, pagar fisioterapeuta e fonoaudiólogo. A pediatra exigia que fôssemos lá toda semana. Eu ia com ele mais a sacola, a bala de oxigênio e o saturador. Vivi essa correria durante meses. Ele teve de fazer 5 anos de fisioterapia respiratória, 2 de fisioterapia motora e ocupacional, e ainda fono até os 7 anos, devido a uma sequela, e ainda 2 anos de ecoterapia, fora a atividade física (futebol). Quando eu perguntava aos médicos sobre as possíveis sequelas, eles não garatiam nada. A gente cobrava muito, mas o neurologista respondia que só tinha como avaliar, quando ele estivesse em idade escolar. Então, quando eu ia nas apresentações de escola dele, eu não conseguia assistir de tanta emoção, chorava muito”... FINAL FELIZ – “Hoje, o Igor é um sucesso. Para quem viu de perto o que ele passou e ver o sucesso que ele é agora... Todos os dias ele nos acorda dizendo Eu te amo!

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