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Sobrevivente diz à polícia que amigos caíram de pedra dentro de lago - 30/01/2014

O adolescente que sobreviveu ao afogamento ocorrido nesta quarta-feira (29) em um lago em Santo André, no ABC, disse que os cinco amigos que morreram escorregaram e caíram de uma pedra direto na água. Em depoimento à Polícia Civil, o garoto de 15 anos afirmou que nenhum deles sabia nadar direito. Morreram Anailton Aílton Severino da Silva, de 15 anos, Henrique Pereira Lima, de 15 anos, Matheus Santos Dias de Souza, de 12 anos, David Moura Martins, de 17 anos, e Douglas Roberto Santana da Silva, de 15 anos. "Ele disse que tinha medo e ficou no rasinho. Quando viu os amigos caírem, em vez de tentar ajudar diretamente, o que poderia ser perigoso, foi esperto e resolveu pedir socorro para os bombeiros", disse o delegado Marcos Alexandre Cattani, titular do 6º Distrito Policial da cidade. O jovem sobrevivente contou que foi com os cinco amigos de Mauá, também no ABC, até o lago a pé. O grupo entrou pelos fundos, em uma área de mata fechada. Segundo o delegado, o lago é perigoso e possui diversas placas ao seu redor indicando risco de afogamento. "Nos últimos três anos me lembro de terem ocorrido dois outros afogamentos lá, ambos fatais." O delegado disse que agora pretende ouvir os pais das vítimas, verificar se não houve algum fato que possa ter ajudado a causar o acidente, como ingestão de bebidas ou uso de drogas, e localizar a entrada que eles utilizaram para ir ao lago. Morte de jovens O adolescente que sobreviveu ligou para pedir socorro por volta das 14h desta quarta, quando percebeu que os amigos estavam se afogando. Ao chegar ao endereço, os bombeiros encontraram os cinco corpos dos jovens dentro da água. O lago fica no Parque Municipal Guaraciaba. A área de mata foi fechada justamente porque o lago é muito fundo - chega a 70 metros de profundidade em alguns pontos - e já houve outros casos de afogamento. A Prefeitura administra a área desde 2005 e afirma que há cercas e guardas 24 horas para evitar a entrada. O prefeito da cidade, Carlos Alberto Grana, disse que irá investigar por onde os adolescentes entraram. “Nós temos que averiguar por onde esses garotos passaram para a gente aumentar a segurança”, afirmou. A suspeita é que eles tenham pulado um muro e feito uma trilha. Em todo o parque, há placas de alerta sobre o perigo de entrar no lago. O lago é conhecido pelos moradores da região como "tanque da morte". Desde a década de 90, 33 pessoas morreram no local. Por causa disso, o Ministério Público pediu em 2004 o fechamento do parque. Agora, a Prefeitura de Santo André disse que vai pedir autorização aos promotores e à Justiça para aterrar o lago e, depois, reabrir o parque. Mataram aula Funcionário de uma metalúrgica, Marcos dos Santos Pereira, de 36 anos, era tio de dois meninos que morreram. Os jovens eram primos. Segundo ele, os dois estudavam em Mauá e mataram aula para nadar no lago. “Mataram aula e vieram parar aqui na represa. A gente não sabia que eles tinham ido. Devem ter ido no ‘oba oba’ e aconteceu isso”, contou. Segundo Pereira, os primos gostavam mais jogar bola e empinar pipa. Ele disse que não tinha notícias de que os adolescentes nadavam nesse lago.

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