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“Fala mais Alto. Não estou ouvindo você” - 30/01/2014

A dificuldade de ouvir afeta 9,7 milhões de pessoas no Brasil (5% da população), sendo que quase 2 milhões desses apresentam grau severo com muita dificuldade, mesmo usando aparelhos auditivos. Poucos sabem, mas a perda auditiva é uma das deficiências mais presentes, tanto em crianças com em adultos. Para saber mais sobre o assunto, a reportagem GP conversou com a fonoaudióloga da Apae local, Simone Carmem Lima Silva. Vale a pena conferir. “Ao longo da vida sofremos influências que podem favorecer o surgimento da perda auditiva, através, por exemplo, de infecções de ouvido ou alergias; ingestão de medicamentos ototóxicos; doenças infecciosas; doenças metabólicas como a diabetes ou disfunção hormonal; tumores; lesões traumáticas; exposição a sons impactantes ou a volumes altos, por um longo tempo, como celulares ou fones de ouvido; e o uso de objetos para limpeza de ouvidos. Além de todos esses fatores temos a presbiacusia que é a perda auditiva que ocorre naturalmente, por volta dos 65 anos, podendo ser mais grave quando o indivíduo possui outras doenças associadas”, abre o leque a fonoaudióloga. EFEITOS – “A predisposição genética significa que há um risco mais elevado para uma pessoa adquirir uma perda auditiva do que para outras pessoas. No entanto, alguns fatores como alterações hormonais, infecção viral, etc. podem atuar como fatores desencadeadores ou de predisposição para o desenvolvimento clínico da doença. Como a visão, o sistema auditivo também sofre desgaste. Alguns sinais de alerta podem surgir como redução na percepção de sons, dificuldade em compreender as palavras em ambiente ruidoso ou ao telefone, entre outros. Muitos casos geram dificuldades comunicativas acentuadas, uma vez que se transformam em mais um fator de isolamento social. O que determinará a qualidade dessa audição são os cuidados que a pessoa toma com os ouvidos, acompanhamento médico regular e hábitos adequados, ao longo da vida. Em qualquer idade a perda auditiva é uma dificuldade importante, porque gera na pessoa dificuldades de comunicação, socialização. Dependendo do caso, pode trazer outros efeitos adversos à saúde, tais como alterações relacionadas à respiração, sono, irritabilidade, cansaço, ansiedade, entre outros prejuízos para a saúde física e mental”. SINTOMAS? – “Em alguns casos, a perda auditiva é súbita e temporária, mas, em outros, é progressiva, podendo variar de leve a profunda. Nos casos da perda auditiva leve, muitas vezes a pessoa nem percebe que está com dificuldade e só poderá ser confirmada se realizar exames específicos. Mas alguns sinais podem servir de alerta como dificuldade em identificar sons, em compreender as palavras, principalmente em lugares ruidosos; ficar pedindo sempre para que as pessoas repitam o que disseram; começar a falar em tom mais alto; não reagir, quando são chamadas; não se assustar com um ruído intenso (batida de porta, campainha ou telefone); dificuldades na fala; assistir televisão ou ouvir som com volume muito alto, etc. Em outros casos, pode apresentar sintomas clínicos como zumbido e vertigem”. PRECAUÇÕES – “Quando uma pessoa suspeitar de perda auditiva deve procurar imediatamente um médico ou otorrinolaringologista para realizar uma avaliação e exames auditivos complementares como audiometria e impedanciometria. Isso acontece, quando ela observar que está com diminuição da audição ou com infecções de ouvido, principalmente as crianças. Isso, porque nesse período de infecção ocorre a privação sensorial (que é quando a criança não compreende com clareza os sons), acarretando prejuízos para o desenvolvimento da fala e da linguagem. Fora isso, deve ser evitada a automedicação, porque o uso de remédios ototóxicos pode lesionar o aparelho auditivo. Como alguns deles são antibióticos, não se deve fazer uso sem orientação médica, nem tomar em quantidade excessiva. Deve também manter em dia a vacinação para proteção de certas doenças infecciosas como meningite, caxumba ou sarampo que causam perda auditiva. Evitar a exposição de sons intensos por um longo período de tempo e sons impactantes. Diminuir o volume dos celulares e fones de ouvido e só utilizá-los por um curto espaço de tempo. E nunca introduzir objetos no conduto auditivo (cotonetes), porque eles podem causar perfuração timpânica”. TRATAMENTO – “O tratamento das perdas auditivas é realizado de acordo com o tipo de patologia, grau da perda, origem e localização. O tratamento indicado pelo médico poderá ser clínico, com o uso de medicamentos, e/ou cirúrgico. A perda auditiva pode ser temporária ou permanente. Em alguns casos, poderá ser indicado o uso do aparelho de amplificação sonora e reabilitação fonoaudiológica para realizar a adaptação adequada do aparelho de amplificação sonora e orientações ao idoso e aos familiares quanto ao uso adequado do aparelho e a utilização das estratégias para melhorar a comunicação”.

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