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“Quero emagrecer, mas não consigo” - 30/01/2014

Quem nunca ouviu falar em reeducação alimentar e em dietas relâmpagos como as do Século, da lua, da sopa, do abacaxi, etc. Porém, poucos sabem se elas são saudáveis para o nosso organismo. Para falar sobre o assunto, a reportagem GP procurou a nutricionista pós-graduada em Nutrição Clínica, Ana Carolina Campolina, 34. Fique por dentro. “Pelo que eu tenho visto nas redes sociais, essas dietas não são uma reeducação alimentar que eu vejo de outra forma. Trata-se de um processo longo demorado e difícil. Nas redes sociais, ao contrário, estão sendo postadas coisas milagrosas como emagrecimento rápido sem sacrifício, quando as pessoas podem perder de 2 a 7KG em apenas uma semana. Definitivamente, isso não é reeducação alimentar que envolve educação. Ninguém, por exemplo, sai formado da faculdade, de um dia para outro e o processo de reeducação é quase que a mesma coisa. Ou seja, a pessoa vai deixar de fazer o que ela vem fazendo há anos para adquirir um novo estilo de vida. Assim, ela vai abandonar hábitos antigos de sua rotina para começar a optar por novos alimentos que, muitas vezes, ela nunca comeu. A pessoa tem de trabalhar muito a cabeça, porque a reeducação alimentar não tem hora para acabar. É para o resto da vida”, dita Carol como é mais conhecida. E A DIETA DO SÉCULO? – “Muitas vezes, um paciente chega aqui e pergunta o que é a Dieta do Século. Aí, eu pergunto até quando ela vai consegui sustentar essa dieta. Para sempre? Pode ser, mas é muito difícil. Afinal, o que está na internet vai contra a filosofia do que é metabolismo e bioquímica. Há muitos alimentos que são de extrema importância para o organismo e muitas dessas dietas retiram esse alimento por completo de sua vida. É difícil demais permanecer fazendo uma coisa assim, muito fora da realidade. O período para uma pessoa se reeducar leva anos. Não é uma coisa que você faz durante alguns meses ou anos, consegue perder peso e acabou, porque o mais difícil é se manter nesse peso menor. Esse é o ponto principal”. E REDUZIR ESTÔMAGO? – “Hoje em dia é que estamos começando a ver o efeito da redução de estômago. Então, não escapamos da reeducação nunca. Para uma pessoa fazer uma redução de estômago, atualmente, ela precisa passar por uma equipe multidisciplinar (nutricionista, médico e psicólogo) para ela entender o que vai acontecer com ela. Mas, muitas vezes, o corpo é tão malicioso que acaba dando um jeitinho. Há casos de pacientes que voltaram a engordar depois dessa cirurgia, mesmo com o estômago reduzido. Ou seja, as pessoas buscam uma forma milagrosa para perder peso rápido, sem esforço. O único caminho para emagrecer é o equilíbrio da alimentação com disciplina, perseverança e reeducação alimentar. Mas claro que há casos também de sucesso na redução de estômago. Dependendo de como tudo for feito, tem tudo para dar certo”. E O EFEITO SANFONA? – “Para não voltar a ganhar peso, toda pessoa tem de manter as atividades físicas e a alimentação equilibrada. Apenas com dieta não tem como manter o peso. Tem de ter uma atividade física, porque a nossa tendência não é queimar gordura; a tendência do corpo é formar gordura. Para perdê-la, de forma saudável, nada melhor do que fazer o que seu corpo mais gosta: uma atividade física. Emagrecer sem atividade física é bem ilusório, porque não se perde gordura”. REMÉDIO PODE? – “A medicação, associada à reeducação alimentar, ajuda a emagrecer, mas ele é apenas uma bengala na reeducação alimentar. Acontece do corpo se acostumar (ao inibidor de apetite) e voltar a ganhar peso, porque volta a comer como antes. Aí, quando a pessoa volta ao médico e fala que engordou tudo de novo e até o dobro, ele prescreve uma dosagem bem maior”...

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