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“O humor de hoje chega a agredir e ofender” - 20/02/2014

Com os ingressos esgotados em duas apresentações no teatro Geraldina Campos, o ator Pedro Bismarck, transvestido no famoso Nersso da Capitinga, trouxe a Pará de Minas o espetáculo Bobeira Pega? Horas antes de sua 1ª apresentação, a reportagem GP conversou com o simpático Pedro que contou um pouco da sua trajetória. Leia mais. “Muriaé/MG era uma cidade pequena que não oferecia coisas diferentes e, para mim que queria seguir uma carreira, não existia essa possibilidade. Já Juiz de Fora/MG é uma cidade pólo com mais opções e, em 1980, fui servir ao Exército lá, onde já cheguei com o dom da risada, uma veia cômica que sempre tive. Em 1984, comecei a fazer os meus espetáculos que eram pequenos, por eu ainda não ser conhecido. Não tinha nome, nem público (riso). Às vezes, davam de 10 a 12 pessoas; outra vez, já dava 20; depois 100 e foi só crescendo. Não havia nenhum humorista assim, que se apresentava em cidade pequena. Os grandes daquela época eram Renato Aragão e Costinha que trabalhavam no Rio de Janeiro/RJ. Hoje em dia, você encontra humoristas em qualquer parte. Até 1990 me apresentava somente em locais pequenos. Depois dessa data, fui para a Escolinha do Professor Raimundo, na Globo. Antes de nascer o Nersso, como eu não tinha nenhuma pretensão de chegar a lugar algum, não tinha pensado em nome para o personagem. Aí, durante brincadeiras com os colegas de farda, pensei: vai ser Denilson, devido ao meu nome (verdadeiro) Ademilson, e nisso, o personagem foi tomando forma. Enfim, o Nersso da Capitinga é um personagem inofensivo, diferente do humor de hoje, que chega a agredir e ofender. Por mais que ele fala uma besteira, é um humor leve. Sabia que com 30 anos de carreira parece que comecei ontem, com aquela mesma vontade de subir ao palco, sempre muito gostoso?”, relembra Bismark. TEATRO OU TV? – “Teatro e tv não são coisas conflitantes, porque enquanto a televisão alavanca o teatro; este dá substância, te aprimora para fazer bonito na tv. Percebe-se uma fusão de um com o outro, uma vez que o elemento é o mesmo, o ator”. E O CHICO ANYSIO? – “Foram 12 anos trabalhando ao lado de Chico Anysio, com a Escolinha. Em 99, comecei a fazer o programa Zorra Total. Chico, criador de 209 personagens, foi um dos maiores humoristas que já existiu na face da Terra. Nenhum outro humorista criou essa quantidade de personagens. O diretor Boni deu espaço para o Chico trabalhar da forma que achava melhor, contando com uma super equipe de profissionais. Chico dava tudo de si para a televisão. Ele foi, é e sempre será uma grande referência para todos humoristas”. RIR PARA NÃO CHORAR – “Quanto pior está a vida, melhor para o humor, porque mais necessidade a pessoa tem de rir para extravasar a sua tristeza. O humor é algo que suaviza os elementos negativos encontrados no dia a dia. Quando você ri é liberada a endorfina, causando sensação de bem-estar”.

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