O fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, anunciou nesta segunda-feira (9) em seu perfil na rede social a compra do Instagram, aplicativo gratuito que permite colocar filtros em fotos e compartilhá-las em sites. O brasileiro Mike Krieger é um dos cofundadores da empresa criada em 2010 cujo programa já teve mais de 30 milhões de downloads.
"Estou animado em compartilhar a notícia de que concordamos em adquirir o Instagram e que a sua talentosa equipe vai se juntar ao Facebook”, disse Zuckerberg. Em cerca de 1 hora, o post recebeu quase 75 mil "curtidas".
O executivo não revelou o valor da aquisição. Segundo o Facebook, o Instagram foi avaliado em US$ 1 bilhão, que será pago em dinheiro e ações da rede social.
Fotos pelo celular
"Por anos, temos focado na construção de uma melhor experiência para compartilhar fotos com seus amigos e familiares. Agora, seremos capazes de trabalhar ainda mais estreitamente com a equipe do Instagram para também oferecer as melhores experiências para compartilhar fotos de celulares com pessoas do seu interesse”, afirmou o CEO do Facebook.
Em seu comunicado, Zuckerberg deixou claro que o Facebook não planeja fazer outras aquisições como essa e que é a primeira vez que a rede social compra um produto e uma empresa com tantos usuários. "Fornecer a melhor experiência de compartilhamento de fotos é uma das razões pelas quais as pessoas amam o Facebook e sabíamos que valia a pena juntar as duas empresas”.
Outras redes sociais
O Instagram permite compartilhar fotos em diversas redes sociais, entre elas o Facebook e Twitter. Para Zuckerberg, essa possibilidade é a "parte importante da experiência". "Planejamos manter essas características de poder postar as fotos em outras redes sociais, assim como a capacidade de não compartilhar suas imagens do Instagram no Facebook, e a capacidade de ter seguidores e seguir as pessoas separadamente de seus amigos no Facebook”, disse o executivo.Kevin Systrom, presidente-executivo do Instagram, escreveu no blog da companhia que “é importante ficar claro que o Instagram não vai acabar". Segundo ele, sua equipe vai passar a trabalhar com o Facebook para desenvolver o Instagram e construir a rede. "Vamos continuar adicionando novas funcionalidades ao produto e encontrar novas formas de criar uma melhor experiência de fotos pelo celular”.
Instagram
Na última semana, o Instagram lançou o aplicativo para celulares equipados com Android, sistema operacional do Google, que é um dos mais populares do mundo. Anteriormente, apenas usuários do iOS, dos aparelhos da Apple, podiam usar o aplicativo.
A empresa foi fundado por Systrom e Krieger. O brasileiro passou a maior parte de sua vida em São Paulo e se mudou para os Estados Unidos em 2004, para estudar na Universidade Stanford. Krieger chegou a trabalhar no Meebo, empresa relacionada a mensageiros instantâneos, antes de ser convidado por Systrom a se juntar ao Instagram.
Systrom também frequentou a Universidade Stanford e foi estagiário na Odeo, empresa que se tornaria o Twitter. O atual CEO do Instagram também passou alguns anos trabalhando no Google, com produtos como o Gmail.
O primeiro produto criado pela dupla foi o Burbn, mas o aplicativo sofreu profundas mudanças e se tornou o Instagram. De acordo com a CrunchBase, banco de dados que junta informações sobre startups, o aplicativo já recebeu rodadas de investimento que somam US$ 47,5 milhões.
Números do Facebook e do Instagram
O Facebook é a maior rede social do mundo, com mais de 800 milhões de usuários, e tem estreia prevista na bolsa de valores dos EUA prevista para maio. No dia 1º de fevereiro, o Facebook apresentou seus documentos aos órgãos regulatórios para fazer uma oferta inicial de ações (o chamado IPO) em que espera arrecadar US$ 5 bilhões. A expectativa do mercado é que o IPO seja o maior para uma empresa de internet, superando o de quase US$ 2 bilhões do Google, feita em agosto de 2004.
Depois de chegar ao Android, o Instagram já teria ultrapassado a marca de 30 milhões de downloads. A passagem dos 27 milhões foi anunciada em 11 de março passado e, menos de um mês depois, ele chegou ao sistema do Google e, no primeiro dia, o aplicativo para Android teria tido mais de 1 milhão de downloads.
Fonte; G1