Selo GP - Rodrigo Roreli Laço
Fundação: Francisco Gabriel
Bié Barbosa
Alcance, credibilidade e
imparcialidade, desde 84
ANO 40
Nº 2044
05/11/2024


Notícias
Notícias

AS FACES ESTAPEADAS FORAM AS NOSSAS - 04/09/2009

Conchavos espúrios, conluios mal intencionados, acordos oportunistas, súbitas amizades entre muçulmanos e palestinos. Enfim, o cotidiano do nosso nobre parlamento sempre me fez desejar que fôssemos mais coreanos. Na Coreia do Sul, os parlamentares decidem suas questões, fundamentalmente, na porrada. Cenas de pancadaria entre opositores são comuns. No youtube, digite parlamento coreia e dê de cara com uma série de vídeos, como esse: http://www.youtube.com/watch?v=CwsdM3lqt3U. Imagine Heráclito Fortes dando um salto como o camarada desse vídeo, em cima do Sarney. Seria necessário convocar o suplente do bigode. Essa semana, impagável em termos de pândega na Casa Alta brasileira, desejei ainda mais que essa fosse nossa tradição. Isso, porque preferível seria ver os senadores se entendendo a socos e pontapés do que por meio de ameaças veladas. Fernando Collor, olhos injetados, cara de touro louco em arena de rodeio, ameaçou Pedro Simon. O grande senador gaúcho, exemplar da rara casta de bons políticos em atividade, ficou sem reação. Não soube como proceder diante daquele olhar alucinado do ex-presidente. Collor parecia um maníaco, ao atacar ferozmente Simon, com ameaças, umas diretas, outras disfarçadas. Menos vergonhoso seria o caçador de marajás desferir um tapa no rosto de Simon. Doeria menos, pelo menos para quem tem senso crítico, ao analisar a cena. Renan Calheiros, também outro inextirpável tumor político nacional, participou da intimidação. Este ficou descontente com esta única atuação e protagonizou outra, discutindo em palavras impublicáveis, com Tasso Jereissati. Quanto a este, não posso tecer os mesmos elogios feitos a Pedro Simon, mas foi também vítima de Calheiros. Assim, melhor mesmo seria tê-los visto se agredindo, porque da forma que se deu, as faces estapeadas foram as nossas. (BRUNO QUIRINO – Divinópolis/MG)

Mais da Gazeta

Colunistas