Selo GP - Rodrigo Roreli Laço
Fundação: Francisco Gabriel
Bié Barbosa
Alcance, credibilidade e
imparcialidade, desde 84
ANO 41
Nº 2046
14/11/2024


Notícias
Notícias

ESCRAVOS DO PRAZER Quando a vida sexual perde o freio… - 20/03/2014

Todo ser humano possui desejo pelo sexo, mas a forma mais completa do prazer é quando essa vontade passa a ser uma necessidade constante, podendo vir a causar prejuízos na vida da pessoa. Chama-se a isso de ninfomania, um transtorno sexual que atinge tanto o homem quanto a mulher, levando à uma desmedida obsessão pelo prazer. Para aprofundar nesse assunto, a reportagem GP conversou com a psicóloga Rosângela Oliveira. Saiba mais. “A ninfomania, reconhecida como um transtorno sexual chamado Impulso Sexual Excessivo e caracteriza-se por uma ausência total ou parcial de controle sobre aos impulsos da sexualidade. Para ser reconhecida como um transtorno é necessário que a vivência dessa sexualidade comece a trazer prejuízos significativos para a pessoa nas diversas áreas de sua vida, incluindo os campos afetivos. A vivência exacerbada não se dá necessariamente pela prática, mas também pelas fantasias, projetos, vivências e buscas virtuais. Homem ou mulher passam a viver intensamente o desejo sexual com comportamentos repetitivos que objetivam a sexualidade numa busca constante de prazer. O indivíduo que manifesta esse transtorno se torna insaciável para a vida sexual. Ele não se satisfaz e o parceiro(a) às vezes não consegue satisfazer a demanda que é uma busca desenfreada pelo prazer, trazendo para ambos um desconforto”, explica a psicóloga. DE 3 A 6% – “É necessário compreender que a pessoa não está buscando apenas a satisfação da sexualidade com esse excesso. Entretanto, para descobrir esses outros motivos faz-se necessário uma ajuda psicológica adequada para que o portador deste transtorno possa encontrar as causas que transformaram sua sexualidade no centro de sua vida, como objetivo único. Em determinados casos necessita-se também a intervenção psiquiátrica para o abrandamento de sintomas, tais como ansiedade, angústia, depressão, entre outros. Acredita-se que cerca de 3 a 6% da população desenvolve este sintoma, mas muitas pessoas enfrentam dificuldades para procurar ajuda psicológica adequada, devido a questões culturais, morais e sociais. Mas se não for devidamente tratado, o indivíduo pode não conseguir administrar tais sintomas e, então, perder o controle da situação, prejudicando a si mesmo e a outrem. Então, ele precisa ser tratado, pois se não colocamos limites, até mesmo nos desejos, corremos o risco de atropelar a nós mesmos, ferindo nossos valores, ética, moral, etc. Esse transtorno pode aparecer junto a outros transtornos e doenças mentais o que dificulta as terapias adequadas. Considerando que as pessoas são individuais em suas subjetividades, a pessoa ninfomaníaca irá manifestar seus sintomas de diferentes formas, pois dependerá da construção de sua sexualidade. Há uma submissão, uma escravidão ao prazer sexual e o que está em jogo é a fantasia sexual e a busca pela satisfação plena e constante do prazer”. JÁ NASCEM ASSIM? – “Ninguém nasce com este ou outro transtorno. Eles surgem e são construídos, através das relações humanas, sociais e com o ambiente, onde afetamos e somos afetados, constantemente. Com base nesta visão, pode-se pontuar que tais transtornos sexuais são elaborados nas experiências individuais, nos cruzamentos de dados afetivos e vivências que culminam na organização disfuncional da realidade. Vale ressaltar que o adoecimento, seja ele psicológico, psiquiátrico ou orgânico, necessita de um olhar ampliado dos profissionais para compreender a subjetividade, a individualidade, a realidade de cada indivíduo para ajudá-lo de alguma forma a encontrar as respostas necessárias para transformar o sofrimento e o direcionamento equivocado de sua existência numa nova visão de mundo, criando uma nova história”.

Mais da Gazeta

Colunistas