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Arte e cultura escravas do poder? - 20/03/2014

Ultimamente, Pará de Minas tem apresentado eventos culturais que não atraem todos os públicos, porque a cidade, por ter suas principais atividades comerciais ligadas ao meio rural, tem uma população, obviamente, formada por uma população que têm o costume de apreciar mais as atrações sertanejas. Sendo assim, raras vezes tem acontecido na cidade algo fora disso, desagradando a um outro tipo de público, menor, mas com o gosto, indiscutivelmente, muito mais apurado. Entretanto, o músico Paulo Henrique, 22, falou sobre um projeto em andamento que promete mesclar vários ramos das artes. Vale a pena conferir. “O que tenho a apresentar é um projeto chamado Violetras que abre as portas para as pessoas que querem mostrar a sua arte. A previsão é que este projeto seja realizado na praça do Santuário ou no Parque do Bariri por serem locais que as pessoas se encontram com maior freqüência. Fora isso, também é um local onde torna-se visível qualquer manifestação pública”, vislumbra Paulo Henrique. IGNORÂNCIA – “Se houvesse maior audácia entre as pessoas para se reunirem e fazer acontecer uma troca de ideias, deixando o preconceito de lado e aceitando ver novos conceitos, Pará de Minas poderia ser uma cidade bem melhor no aspecto cultural. Aqui é um ponto interessante para encontros regionais, porque a cidade recebe muito as pessoas de cidades vizinhas. Porém, quem vive aqui sente-se insatisfeito... reflexo da ignorância de não aceitarem novos conceitos. Isso, porque a turma do lado alternativo é reprimida e acaba se isolando, devido à falta de oportunidade; aqueles que tentaram não obtiveram sucesso. Porém, essas pessoas possuem uma ideologia muito forte, o que chega a atrapalhar, porque não enxergam o outro lado. Ou seja, a cidade, por ser conservadora, faz com que eles sigam padrões radicalmente opostos. Já existe aqui uma quantidade relevante de pessoas mais undergrounds, mas não existe quase nenhum resultado disso, por falta deles mesmos não quererem enxergar esse outro lado”... BARREIRAS POLÍTICAS – “Diante disso, estou me reunindo com as pessoas, aos poucos, com cautela. Se o projeto ganhar espaço e repercutir, terá edições anuais. Caminho com essa ideia sozinho, mas já consegui parceiros que têm me dado o apoio necessário. Quase todas as expressões culturais e artísticas de Pará de Minas envolvem a prefeitura para as suas realizações e isso acaba escravizando as pessoas. São escravas das ordens... Então, falo para elas terem menos medo e darem a cara à tapa, expressando artisticamente, quebrando essas barreiras políticas... Que façam barulho, não esperando aparecer uma oportunidade, um espaço. Que criem a oportunidade e o espaço! As grandes produções sempre começaram de baixo”. O QUE É O VIOLETRAS? – “Em Pará de Minas, existem várias pessoas que possuem um talento escondido, não só musical. Então, a ideia é trazer e explorar todos os talentos possíveis: dança, escrita/poesia, teatro, pintura, etc. Qualquer forma de expressão que traga a arte é valida, pois o Violetras dará espaço para aqueles que ainda não conseguiram apresentar o seu trabalho ao público. A data ainda não há, mas deve ser no 2º trimestre deste ano.”

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