ANA PAULA PEDROSO
QUEILA ARIADNE
“A senhora não tem que querer, tem que assinar”. Assim foi o primeiro contato da professora Maria das Graças Drumond de Andrade, conhecida como Dadá, com os funcionários da Anglo que chegaram, em agosto de 2011, com uma liminar a tiracolo, para começar a obra do mineroduto em sua propriedade, em São Domingos do Prata. Eram cinco caminhonetes com treze funcionários. “A liminar não estava no meu nome, nem do meu marido”, lembra Dadá, que é uma das líderes do movimento dos atingidos pela obra.
A briga entre ela e os funcionários da empresa foi parar na delegacia e, depois, na Justiça e se arrastou até maio do ano passado, quando ela conseguiu uma liminar para parar a obra até que a empresa apresentasse a documentação em nome do casal que é proprietário da terra. A empresa regularizou a papelada, mas não resolveu a dor de cabeça dos proprietários. O sítio deles tem 12 hectares, sendo que dois estão ocupados pelo mineroduto.
Em consequência das obras, o terreno começou a sofrer erosão, e, em época de chuva, a lama chega a impedir o acesso de carros à propriedade. “Já tivemos que subir muitas vezes a pé, debaixo de chuva”, conta o veterinário Auguso Bellini Andrade Filho, marido de Dadá. Ela afirma que já entrou em contato com os órgãos ambientais, mas o máximo que conseguiu foi uma obra para conter o deslizamento de terra em tempos de chuva.
Fonte: O Tempo