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Quem foi Silvestre Pereira Coelho? - 27/03/2014

Faleceu em Belo Horizonte, no último dia 29 de janeiro, Silvestre Pereira Coelho, 93 anos, que já foi motivo de matéria nesta GAZETA, na edição de nº 1453, seção História de Vida, veiculada em 10 de maio de 2012. Durante o velório e sepultamento de Vete, como era mais conhecido, realizado em Pará de Minas, no dia seguinte, a reportagem GP ouviu muitos elogios sobre a boa alma que ele sempre foi. Diante disso, este jornal entrou em contato com os familiares dele para saber quem realmente foi esse homem. Vale a pena conferir. O MARIDO – “O Vete começou sua vida profissional trabalhando como auxiliar de escritório no D.E.R, depois se tornou chefe de escritório e ficou lá até se aposentar. Fazia pagamentos em várias cidades da redondeza. Ele vivia para a família, um marido muito dedicado, sempre presente comigo em tudo... Até na hora de dormir e acordar era o mesmo horário. Assim era o Vete”. MARIA DE LOURDES SILVA COELHO, viúva. O PAI - “Ele foi um excelente pai! Foi também um ótimo avô; seus netos eram fascinados por ele. Recentemente, ele tornou-se bisavô”... INÊS PEREIRA COELHO ARAÚJO, filha. O SOGRO – “Os Pereiras Coelhos são uma família tradicional na cidade. Cresceram junto com Pará de Minas. O Vete sempre preservava os fatos passados, ajudando as árvores genealógicas das famílias pará-minenses, muitas vezes descobrindo fatos interessantes. Ele sempre se preocupou com a história de Pará de Minas (ao museu da cidade ele fez importantes doações, até recentemente). Exemplo disso foi quando ele pesquisou e descobriu, juntamente com um amigo, que o povoado de Gorduras se chama assim, não por causa do capim gorduras, mas, sim, por causa de uma família com o sobrenome de Gorduras. Então, quando as pessoas daqui, por exemplo, iam visitar essa família, iam logo dizendo: Vou visitar os Gorduras. E isso acabou pegando”. MARCELO GOMES DE ARAÚJO, genro. O AVÔ - Esse bom relacionamento com os netos, do qual falou uma das filhas do homenageado, Inês, é demonstrado de forma clara nas tres cartas escritas por 3 de seus netos. Não deixe de ler. “Como foram formidáveis as inúmeras vezes que estivemos juntos nesta vida, tão breve aqui na Terra. E como foram alegres e divertidos esses momentos! Te agradeço por ter colorido a vida de todos nós que estivemos ao seu lado com as tintas da alegria, união, respeito, humildade e coragem. Quantos ensinamentos do senhor guardo comigo para o resto da minha vida. O senhor foi exemplo de avô, pai, marido, amigo, cidadão e ser humano! Bato no meu peito e me encho de orgulho de ter sido seu neto e seu parceiro oficial de truco (truque). Como foi divertido jogar truco ao seu lado! Suas frases, músicas, pirolas e batuques sempre repetirei com muita alegria como o senhor sempre fazia com a mestria (...). O senhor sempre pregou pela paz, alegria e união. Recordo-me com muito prazer, quando o senhor reunia todos os netos (todos com menos de 10 anos), entregava um instrumento para cada criança (tambor, apito, chique chique e pandeiro) e formava a Orquestra dos Netos do Vete. Que bagunça!!! O melhor era ver a cara de felicidade e satisfação do senhor! O senhor também me mostrou como é mágico e maravilhoso o Natal! Sua casa, além de ficar toda enfeitada de Papai Noel, árvore e presépio, tinha chocolate espalhado por todo lado! Seus olhos enchiam de felicidade e orgulho ao ver toda a sua família Pereira Coelho reunida. E nunca deixava de registrar com sua máquina fotográfica. E quantas fotos foram tiradas (no papel)! O senhor foi uma pessoa que não tinha capacidade de fazer mal a ninguém, muito pelo contrário! Tinha o dom da paz!!! Nesse momento de despedida, meu coração está apertado e minha garganta com um nó em te dizer adeus, mas, ao mesmo tempo, me encho de felicidade em saber que a sua vida, vovô, foi maravilhosa, ao lado de uma esposa maravilhosa, além de filhos, netos e bisnetos; em saber também que você aproveitou formidavelmente bem cada momento de sua vida. O senhor fechou o ciclo da vida com chave de ouro!!! Hoje, o céu está em festa em ter a presença de sua ilustríssima pessoa! Hoje, o time de anjos recebeu um reforço de peso! Vá com Deus, vovô Vete! Papai do Céu está de braços abertos para te acolher agora! Até breve! (MARCELO PACÍFICO COELHO ARAÚJO, filho de Inês e Marcelo). “Há uma tristeza em seu sorriso que eu sinto. Há uma solidão ali, quando você está ausente. Sua ausência se reflete em todo lugar. Só resta esta dor de nunca mais te ver. Mas se ficarmos atentos e nos permitirmos, diante disso tudo surge uma mensagem valiosa: Agora, você não está mais limitado a um corpo. Um corpo que viveu uma vida abençoada e encantou a muitos. Você está para sempre em todos os corações daqueles que o amam. Você é essência! Você é fonte! No canto dos pássaros, na brisa do vento, no perfume das flores e em tudo que vejo. A vida eterna é sua. Você está em Deus! (FELIPE CALDAS COELHO, filho de Miriam e Albano. “Vovô Vete, pessoa simples e sábia, um coração gigante e uma alegria contagiante... riqueza em cultura e inteligência... Sempre com um sorriso no rosto, distribuía gentilezas a todos que encontrava... Muito obrigada, vovô Vete, pelo exemplo de vida. Foram quase 94 anos de muito amor, respeito, honestidade, alegrias, brincadeiras... A saudade é imensa, mas, ao olhar para trás, há um conforto em saber como você viveu muito bem todos esses anos e transmitiu um pouco de sua essência ao seu bisneto Hugo em apenas um ano de convivência. Esses momentos serão sempre lembrados com muita alegria... Seu exemplo será transmitido com muito amor, carinho e orgulho ao meu filho Hugo... Descanse em paz e fique com Deus... (ANA LOURDES COELHO ARAÚJO, filha de Inês e Marcelo). O SOBRINHO - “O Vete costumava ficar a maior parte do tempo na casa do padre Zeca (padre José Pereira Coelho), seu tio paterno, com quem ele sempre teve uma relação de filho e pai. Tanto é que ele o chamava de padrinho Zeca. Após sua morte, ele sempre mandou celebrar missas em homenagem a ele. Ele também era sobrinho paterno de outro padre que teve o mesmo nome dele, Silvestre”. MARIA DE LOURDES SILVA COELHO, viúva. “Ele foi coroinha na antiga matriz e sempre relatava casos pra gente. Inclusive, na igreja matriz, havia gravado o nome dele nas madeiras, porque ele realmente tinha um relacionamento muito integrado junto à igreja. Tanto é que ele foi totalmente contra a demolição da matriz. Ele dizia que ela poderia ter continuado, sem precisar desmanchá-la. Meu sogro também sempre fazia relatos sobre o padre José Pereira Coelho, a quem ele sempre esteve ligado nas atividades religiosas. Dizia que naquela época era a política de um lado e a igreja do outro e que o padre Zeca sempre se preocupou muito com o progresso de Pará de Minas. Onde existe hoje esse prédio, na esquina da Benedito Valadares com a rua Antônio de Melo, era a casa do Padre José Pereira Coelho”. MARCELO GOMES DE ARÁUJO, genro. OS TIOS – O pará-minense padre Silvestre era alegre, brincalhão e atraía a todos que dele se aproximavam. Muito piedoso e grande devoto de Nossa Senhora, gostava de celebrar a sua missa diária no seu altar, até os seus últimos dias. Morreu no dia 20 de março de 1915 com 37 anos, por causa de um problema cardíaco. Padre José Pereira Coelho, também pará-minense, mais conhecido como padre Zeca, dirigiu a paróquia da Piedade por quase 34 anos e faleceu aos 72 anos. Os restos mortais dos dois irmãos padres foram sepultados no interior da velha matriz. Mais tarde, foram levados para o interior da capela do Cemitério Santo Antônio.

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