Selo GP - Rodrigo Roreli Laço
Fundação: Francisco Gabriel
Bié Barbosa
Alcance, credibilidade e
imparcialidade, desde 84
ANO 41
Nº 2046
14/11/2024


Notícias
Notícias

Mistérios sem fim, entre o céu e a Terra - 27/03/2014

O mundo espiritual é algo que está além da compreensão, tornando o tema, no mínimo, muito instigante. Muitos duvidam, outros têm convicção sobre a desencarnação e outros temas encontrados no Espiritismo. Muitas são as dúvidas sobre o que nos espera após a morte. Estaríamos condenados a continuar vagando pela eternidade – que alguns chamam de Paraíso Eterno - ou não existiria mais nada além daqui? Espiritualistas acreditam que existe um lugar chamado Umbral, onde os espíritos têm de passar para se evoluír. A reportagem GP, ignorante sobre o tema e bastante curiosa, conversou com o coordenador do Grupo de Fraternidade Espírita Antônio de Pádua, Harley Costa Santos, 52, para tentar passar para os milhares de leitores GP algo sobre o que seria o mundo depois da morte. Informe-se. “No fim desta existência, o corpo se decompõe e o espírito vai para o mundo espiritual, onde viverá livre de limitações. Ali, terá também plena consciência de todas as experiências vividas, desde que alcance uma condição de maior equilíbrio que o remeta ao estado de evolução moral. Já os espíritos moralmente comprometidos terão possibilidades limitadas no lugar chamado Umbral. Trata-se de uma região do mundo espiritual, onde não nos identificamos pelo aspecto geográfico. É, antes de tudo, um estado de consciência, onde nos aproximamos daqueles que energeticamente se vinculam com dívidas assumidas e ali ficarão retidos, durante um determinado tempo, que varia de um para outro. O filme Nosso Lar, retratou de uma forma muito interessante a visão do Umbral, uma zona escura, fétida e de aspecto desagradável, onde os seres que ali se identificam padecem de dores, injúrias e xingamentos. Podemos crer que seja a consciência do erro, a consciência do equívoco. Mas, à medida que o ser dispõe de uma oração e coloca sentimento na prece, ele cria um campo favorável para que uma Equipe de Socorro possa chegar até ele, oferecendo o atendimento necessário. Daí, concluímos que a manutenção desse estado de consciência tem tudo a ver com a falta da paz íntima”, explica Harley. COMO ASSIM? – “Por exemplo, aquele que é muito apegado a posses materiais, desencarna, mas continua com as preocupações sobre o patrimônio deixado na Terra; aquele que possui um nome de relevância na sociedade, que é muito apegado pela vaidade, ainda se mantêm por elementos vinculados à uma onda de pensamentos e não consegue uma situação confortável para si; outros encontram-se em situações piores como os que cometeram crimes e assumiram débitos pesados. Enfim, eles precisam passar por um processo de aceitação dos equívocos cometidos por eles para que possam ser trabalhados no campo do reequilíbrio”. COMO SERIA LÁ? – “A moradia do espírito, no Umbral, seria como ele se estivesse na lama ou aprisionado a um calabouço, submetido a sessões de torturas. Isso varia para cada ser, em função da experiência que ele vivenciou no passado. Exemplos disso são os feitores de escravo que tinham como prazer supliciá-los. Eles podem ter entrato em um processo de dor e sofrimento, conseqüência do castigo com o qual ele punia; os que tomaram frente do movimento nazista, cometendo atrocidades com milhões de pessoas, levando os prisioneiros ao limite da exaustão, Deus não os impõe a um castigo. Eles serão submetido a um processo de reequilíbrio da consciência da culpa, na medida de um reajuste, perante a Lei Divina”. POR QUANTO TEMPO? – “O espírito não tem um tempo previsto para permanecer no umbral. Isso vai depender de uma tomada de consciência do ser. Mesmo o que carrega o peso de crimes de alta gravidade podem receber um acolhimento e amparo para receber propósitos de renovação. Não é um esquecer do mal que se fez, mas cada ação maldosa praticada deverá passar pelo campo do ressarcimento para trabalhar o equilíbrio. Tudo depende do estado de consciência e da vontade, daquele que se vê no equívoco de se regenerar. É necessário o espírito ser tratado, como se estivesse em uma clínica para ter uma evolução. Lá, não existe nenhuma autoridade maior; são vários Umbrais, diferenciados das condições dos grupos ali existentes, denominados de falanges. As falanges, sim, têm seu líderes, de 2º e 3º escalão, que obrigam outros espíritos a cumprirem e a realizar algumas funções. É algo muito assustador. Os que se permitem agir no erro, enquanto encarnados, depois da desencarnação, seria como se criassem um campo energético que lhe permitissem serem escravizados por chefes. O espírito que decide dar um basta e sair do caminho do erro pode ser socorrido e sair do domínio das autoridades dessas falanges. Enfim, a proteção divina sempre se faz presente, a partir do momento que nos identificamos com o que é belo e amável.” ESPÍRITOS VAGANTES – “É enorme o número de irmãos espíritos que, já desencarnados, permanecem na atmosfera da Terra. Nesses casos, ele pode se manter aqui, influenciando outro ser, em nível de mente a mente, relacionados por interesses comuns. Uma pessoa que faz uso de drogas, bebidas ou fumo pode ser influenciada por irmãos desencarnados que podem saciar sua vontade, sua ânsia nesses vícios. Mas, veja bem, são espíritos que ainda permanecem na Terra, que ainda não deram conta de desencarnar. Entretanto, uma vez que ele está no Umbral, não é mais possível retornar ao plano físico (Terra). SAINDO FORA DO CORPO “Podemos viver algo parecido com a desencarnação, no momento do sono, quando, em repouso profundo, o espírito tem a possibilidade de se desligar momentaneamente desse corpo. Aí, num processo de desdobramento, entra em uma relação com seres espirituais ou outros espíritos de seres desencarnados. Se somos pessoas dedicadas, caridosas e amorosas, estaremos nos integrando com irmãos em espírito que praticam ações benéficas; agora, se somos pessoas com pensamentos ruins, intrigas, falcatruas, trapaças e vivências no campo do vício, estaremos nos vinculando a irmãos que se aperfeiçoam em práticas ruins. É bom dizer que o espírito liberto pela condição do sono tem a oportunidade de se deslocar sem limitação de distância ou tempo, mas permanece ligado ao corpo por um cordão fluídico. Portanto, qualquer evento que desperte o corpo, o espírito, imediatamente, retorna e retoma o controle. Afinal, (na Terra) não existe vida sem o controle de um espírito sobre um corpo encarnado”.

Mais da Gazeta

Colunistas