Dados divulgados pelo IBGE confirmam o aumento de divórcios por todo o país. No Brasil, isso fica bastante evidente com base no último relatório do IBGE. Por outro lado, os casais têm procurado, cada vez mais, novas maneiras de superar o que acreditam ser o desgaste natural da convivência. Visando esclarecer um pouco sobre esses milenares conflitos entre casais, a reportagem GP esteve com a psicóloga especialista em Psicologia Sistêmica (individual, casal e família), Rosângela Mara Barbosa. Vale a pena conferir.
“Há alguns anos, os casais só buscavam terapia, quando a relação já estava insustentável. O consultório mais parecia um ringue para graves brigas; ou, então, apenas um local para conduzi-los à separação. Buscavam no terapeuta a função de um juiz que deveria dizer quem estava certo e quem estava errado, ou de um mágico que conseguiria fazer com que o outro mudasse e tudo voltasse a ficar bem. Nos últimos anos, a busca pela terapia de casal deixa de ser, cada vez mais, isso, passando a ser uma busca para melhorar a qualidade da relação do casal, melhorando, assim, a qualidade de vida de cada um dos parceiros”, sintetiza Rosângela.
PRINCIPAIS MOTIVOS? – “Os conflitos são os mais diversos possíveis: infidelidade, interferências familiares, problemas financeiros, alcoolismo, dificuldades sexuais, tragédias familiares, nascimento de filhos, ciúme, comunicação inadequada, diferenças individuais, humores muito divergentes, interesses opostos, prioridades distintas, inadequação para lidarem com crises, etc.. Nessas e em outras situações, a terapia ajuda na tomada de consciência do padrão de funcionamento do casal e de cada um dos parceiros. Assim, como a realizar aprendizagens necessárias para alcançar, com clareza, mudanças que desejam ou de que necessitam. Na relação de casal sempre aparece o melhor e o pior da pessoa, sendo esse espaço um local privilegiado para crescer e aprender. Se o indivíduo tiver humildade, disponibilidade e responsabilidade pode usar as diferenças e as dicas que o parceiro dá para se aprimorar, desenvolver suas potencialidades, transformar seus pontos fracos e promover mudanças, crescimento e enriquecimento na relação do casal”.
AJUDA – “Hoje, os casais já buscam o terapeuta como um auxiliar, um 3º elemento que pode ajudar na formação da consciência e mudança. Mas é fundamental saberem que as mudanças só ocorrerão se nos elementos do casal tiverem desejo e vontade de mudar seus aspectos pessoais, individuais e o padrão de funcionamento do casal. Não existe mágica, nem tempo determinado, nem receita pré-indicada. A terapia exige determinação, descobertas, aprendizagens e perdão. E o casal precisa ter a crença de que pode ser melhor e mais feliz, juntos. E que, na maioria das vezes, a separação não é a única, nem a melhor solução para uma crise”.