O tratorista Ewerton Rodrigo Martin, de 27 anos, que trabalha em uma usina de cana-de-açúcar de Capivari (SP), faz sucesso como modelo no interior de São Paulo. Descoberto há cinco anos, ele tem uma vida corrida, mas consegue conciliar o trabalho no campo com as sessões de foto e gravações. Veja galeria de fotos. Morador de Rio das Pedras (SP), cidade vizinha a Capivari, Martin trabalha diariamente das 5h às 17h, inclusive aos finais de semana. À noite, frequenta curso universitário de direito em uma faculdade em Piracicaba (SP). Para conciliar o trabalho de tratorista com o de modelo, o rapaz conta com a ajuda dos amigos de serviço. Assim que fica sabendo das datas das campanhas, ele já combina com os outros funcionários para poder se ausentar e não prejudicar o andamento do trabalho. “Meu dia é atarefado. Acordo cedo e às 5h estou no canavial com o trator. Fico até 17h e depois vou para a academia, onde fico das 17h30 às 18h30. Em seguida, vou para a universidade e retorno às 22h30. Chego em casa às 23h e procuro dormir para me preparar para o outro dia de trabalho. Quando me formar, pretendo atuar no ramo do direito, mas ainda não decidi se quero largar o trator", afirmou. "É uma vida corrida demais".Martin tem 1,81 metro, pesa 82 quilos, é solteiro e já fez campanhas de sucesso pelo país para uma operadora de telefonia celular, um grande banco nacional e até para uma marca de veículos norte-americana. A carreira de modelo surgiu por acaso na vida do tratorista. “Caí de paraquedas neste ramo. Foi quando os donos de uma loja de roupas de estilo country de Rio das Pedras me convidaram para desfilar. Depois disso, recebi o convite de um produtor de moda e de um fotógrafo para outros trabalhos em catálogos e fotos", disse. Ao ser apresentado ao produtor de moda Newton Oliveira, que atua em Piracicaba, a carreira deslanchou. “Eu o conheci em um coquetel e vi o potencial dele como modelo. Então o convidei para trabalhar comigo e atualmente ele faz parte do casting de uma agência de São Paulo (SP). Ele é bastante talentoso. Saiu do 'mundo da terra' para o mundo das passarelas”, relatou Oliveira.Agricultura Desde os 10 anos Martin trabalha com o pai na agricultura. “Sempre o ajudei e atualmente presto serviço com o trator para arar a terra e plantar cana. Eu e meu pai também temos dois caminhões que fazem o transporte de cana", afirmou o tratorista, que viu o sucesso crescer nos últimos dois anos, quando foi contratado para campanhas publicitárias. Os trabalhos rendem um "dinheiro extra" no final do mês, segundo ele. Antes de trabalhar como tratorista em Capivari, o rapaz contou que dirigia treminhões para entregar cana-de-açúcar em usinas da região. “Não é uma vida fácil. Trabalho de segunda a segunda, mas faço com amor e dedicação e acredito que esse seja o segredo para tudo dar certo", afirmou. Clóvis Fahl, líder na frente de trabalho na usina, disse que sente orgulho do amigo e afirmou que a segunda profissão não interfere no trabalho dele como tratorista. “Ele trabalha direitinho. Não tem nem o que falar.” Reconhecimento Martin disse que as pessoas o reconhecem na rua. “Aqui no interior, o pessoal me reconhece das campanhas publicitárias, mas principalmente por causa das fotos dos catálogos", contou o rapaz, que tem o apoio da família na carreira. "Meu pai é mais fechado, mas não desaprova. A minha mãe leva fotos minhas das campanhas publicitárias para todos os lugares para mostrar para as pessoas", afirmou.

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