BRASÍLIA, 7 ABR - Os consumidores de energia atendidos pela Cemig Distribuição, empresa da Cemig que distribui energia a 7,7 milhões de consumidores em Minas Gerais, terão aumentos na tarifa de energia superiores 12 por cento a partir de terça-feira, como resultado do reajuste anual tarifário aprovado nesta segunda-feira.A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou, em reunião da diretoria, aumento médio de 14,76 por cento nas tarifas de energia dos consumidores da Cemig Distribuição. O reajuste aprovado ficou abaixo da expectativa da Cemig, que pedia um aumento de 29,74 por cento nas tarifas.
Os consumidores residenciais sentirão um aumento médio de 14,24 por cento na conta de energia, segundo o reajuste tarifário aprovado em reunião da diretoria da Aneel. Já os consumidores em alta tensão, como a indústria, terão um aumento de cerca de 12,41 por cento nas tarifas. O aumento médio na tarifa para os consumidores de baixa tensão, que inclui comércio e serviços, é de 15,78 por cento.
As novas tarifas são válidas a partir de terça-feira.
O reajuste aprovado nesta segunda-feira já inclui os efeitos da reconsideração do índice de revisão tarifária da empresa. Após pedido de reconsideração da Cemig, esse índice foi elevado de 3,06 por cento para 4,91 por cento, entre outros fatores, porque a Aneel aumentou o valor de base de remuneração da empresa.
As ações da Cemig fecharam o pregão desta terça-feira com alta de 2,26 por cento a 15,86 reais por cento, enquanto o Ibovespa subiu 2,1 por cento.
A revisão tarifária das distribuidoras é realizada a cada quatro anos, considerando investimentos realizados, eficiência na gestão de custos, níveis de qualidade, ganhos de escala e outros fatores, com objetivo de induzir as empresas a serem mais eficientes.
Já o reajuste tarifário ocorre anualmente, considerando variação da inflação, variações de preço de energia por conta de despachos térmicos do setor de geração, ganhos de produtividade e variação da qualidade de fornecimento de cada distribuidora.
IMPACTO DE GERAÇÃO MAIS CARA
No ano passado, o governo federal anunciou uma redução média de 20 por cento nas contas de luz por meio da distribuição em cotas da energia mais barata de geradoras que tiveram a concessão renovada antecipadamente. Entretanto, a forte geração termelétrica mais cara acionada desde o final de 2012 diante do baixo nível dos reservatórios das hidrelétricas, afetados por pouca chuva e forte consumo de energia, influenciou no aumento das contas de energia.
O custo do forte acionamento térmico, que influencia nos custos das distribuidoras de energia no curto prazo, começa a ser sentidos pelos consumidores residenciais mais fortemente a partir dos reajustes tarifários deste ano, já que a geração termelétrica esteve fortemente acionada principalmente a partir do ano passado.
Segundo o gerente de Tarifas da Cemig, Ronalde Xavier Moreira Júnior, o principal aumento de custos em 2014 foi o gasto com a compra de energia, em função da utilização das usinas termelétricas desde o ano passado.
"O preço da energia dessas usinas é praticamente o dobro das usinas de fonte hidráulica. O aumento dos custos com compra de energia foi de 679 milhões de reais quando comparamos 2014 com 2013. Somente esse componente é responsável por 7,8 por cento do reajuste", disse em nota.
Do valor cobrado na fatura, 25,8 por cento ficam na Cemig Distribuição e se destinam a remunerar o investimento, cobrir a depreciação e o custeio da concessionária, segundo a empresa. Os demais 74,2 por cento são repassados para cobrir a compra da energia (39,8 por cento), encargos setoriais (4,9 por cento) e encargos de transmissão (3,5 por cento), ICMS (21 por cento) e Pasep/Cofins (5 por cento).
(Texto de Anna Flávia Rochas; Edição de Alberto Alerigi Jr. e Luciana Bruno)
Fonte: Economia Estadão