Selo GP - Rodrigo Roreli Laço
Fundação: Francisco Gabriel
Bié Barbosa
Alcance, credibilidade e
imparcialidade, desde 84
ANO 41
Nº 2046
14/11/2024


Notícias
Notícias

HISTÓRIA DE VIDA Dulce Martins Pinto, 85. - 10/04/2014

Dulce Martins nasceu no dia 6 de outubro de 1928, filha de João Martins de Melo e Nodgyr Ferreira de Melo. Professora de Artes, lecionou durante muitos anos até se aposentar. Casou-se com José do Patrocínio Pinto com quem teve 3 filhos (José Leonardo, João Lúcio e Alexandre, vulgo Xandinho) e 4 netos. Dulce contou um pouco da sua história para a reportagem GP. Confira. “Nasci em Florestal/MG, onde fiquei até os meus 15 anos. Gostava de ficar brincando com meus irmãos, com os vizinhos, de boneca... Animal lá em casa não tinha, porque meu pai não gostava que a gente tivesse ou apenas brincasse. Eu gostava muito de ler e trabalhei na farmácia e no cartório do meu pai. Aplicava injeções, vacinas, vendia remédios, manipulava... mas nunca quis estudar farmácia, não. Queria ser professora”, relembra Dulce. O PROFESSORADO – “Meu pai era um farmacêutico formado, o único de Florestal. Também abriu o 1º cartório da cidade. Eu fiz o primário lá e depois vim para o Colégio das Irmãs até me formar, quando fui para Belo Horizonte para fazer o curso de Artes. Logo que eu terminei o curso, dona Rosina, que era diretora do Grupo Escolar Governador Valadares, me disse para eu me candidatar à professora. Me candidatei e, alguns dias depois, saiu publicado no jornal o meu nome, falando que eu iria lecionar lá. Fui professora de Artes por muito tempo lá, até me aposentar”. O AMOR – “Casei-me aos 33 anos. José era de outra cidade, mas veio trabalhar aqui na contabilidade da Cooperativa de Leite. Um dia, fui com as moças na Hora Dançante e ele também foi com um amigo, o Eudes. Aí, ele falou com o amigo, apontando para mim: - Ei, você conhece aquela moça loira, ali? O Eudes, então, falou que me conhecia e perguntou por que ele queria saber. Aí, ele respondeu: - É que eu estou agradando muito do jeito dela. Aí, fomos apresentados e, depois de conversar, eu aceitei dançar com ele. Como eu era muito séria e minha mãe não gostava que a gente dançasse muito agarrado (riso), eu dancei com um braço de distância (novo riso). Depois de dançar bastante, eu perguntei se ele não queria parar, pois ele poderia querer conhecer outras moças, já que ele era novo na cidade. Aí, ele perguntou se eu não tinha gostado dele. Eu disse que gostei, mas não queria prendê-lo. Ele, então falou: - Tudo bem, a gente para de dançar, mas vamos ficar conversando. Como eu cantava no coral, ele me perguntou que horas eu iria à missa. Aí, ele disse que também começaria a ir naquele horário. A partir daí, todos os dias, no fim da missa, ele ficava me esperando pra gente conversar. Depois, ele foi lá em casa, eu o apresentei para a minha mãe e nós começamos a namorar. Um ano depois, a gente noivou e, no ano seguinte, nos casamos em dezembro”. A FAMÍLIA – “Eu tive 3 filhos homens, um por ano. Eram super educados, nunca brigavam e sempre estavam juntos. Quando cresceram, saíam juntos e voltavam juntos. Os 3 fizeram o curso de Contabilidade, juntos. Quando eles eram pequenos, íamos todos à missa. Meu marido colocava a mão nas minhas costas, como se fosse ainda meu namorado e o 3 sentavam-se perto da gente. Acho que a família é uma das coisas mais importantes da vida! E eu tive muita sorte. Lembro de uma amiga que me disse que era engraçado o modo como ele me tratava, como namorada, pois o marido dela ia em outra missa, saía com os amigos, ficava no boteco conversando e só chegava em casa de madrugada, quando todo mundo já estava dormindo”. A FÉ EM DEUS – “Durante toda a minha vida eu fui feliz. Acho que não tenho nada a reclamar. Deus me deu tudo! Tudo que a gente tem, tudo que a gente sofre ou tudo que acontece com a gente é designado por Deus. E eu acredito que exista só um Deus para todos, não importa a crença. Por isso, acho importante ter fé. Se você tem fé você alcança tudo o que quiser.” NOTA TRISTE – “Acho que quando perdi meu pai, minha mãe e minhas irmãs foram os momentos em que me senti mais triste. Quando minha irmã, Violeta, morreu também fiquei muito triste. Ela era novinha, teve uma ferida na cabeça que infeccionou... A morte do meu marido também, há 6 anos, foi muito triste... Depois que ele morreu, eu entrei em depressão e tomo remédio até hoje. Nós nunca discutimos, ele nunca bateu nos meninos, sempre foi um homem educado”.

Mais da Gazeta

Colunistas