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Quem foi Mário Alves do Amaral? - 17/04/2014

Nascido em São Gonçalo do Pará/MG, no dia 16 de junho de 1924, filho de Francisco Ferreira do Amaral e Rufina Teodoro de Jesus, Mário Alves do Amaral teve uma única irmã, Maria Rufina de Jesus. Por vir de família simples, não teve o privilégio de ser criado com mordomia e lutou com dificuldades, mas sempre feliz. Desde criança, já trabalhava ajudando seu pai nos serviços da roça. Trabalhou roçando pasto, fazendo cercas, colhendo feijão e algodão, capinando arroz, fazendo farinha de mandioca e rapadura, sempre trabalho duro, mas sem nunca se queixar. Não tendo oportunidade de continuar os estudos, devido às longas distâncias, cursou apenas o 3º primário, mas, mesmo assim, teve formação de muita sabedoria e trouxe consigo tudo de bom que uma criança podia ter na vida: liberdade, simplicidade, dignidade e uma formação cristã muito fervorosa. Em sua juventude, foi útil ao seu país, servindo ao exército com muito orgulho. Com 901 dias de trabalho, foi promovido a cabo. Residiu durante um ano, no Rio de Janeiro/RJ. Mas a saudade de seus familiares foi muito grande e ele resolveu voltar. Aos 25 anos, casou-se com Maria José do Amaral, mulher admirável por quem cumpriu a jura de amor e respeito que no altar, durante 47 anos e meio de casados. Depois de casado, Mário tomou como responsabilidade e família de sua esposa, pois sua sogra, viúva com 5 filhos para criar, precisava de seu apoio. Na vida conjugal, Deus quis provar sua fé, tirando-lhe a 1ª filha, Édna Amaral, ainda recém-nascida. Mas ele continuou firme e Deus lhe concedeu outros filhos. Morava nessa época, em Pitangui/MG. Em 1963, já com 8 filhos, resolveu mudar-se para Pará de Minas na esperança de dar uma vida melhor para sua família que ele muito amava. Risidiu, assim, durante todo esse tempo, na rua Carlos Meireles 580. Como todo começo e recomeço de vida, houve muitas dificuldades a ser superadas até a perda de mais um filho, Juvenal Sávio de Amaral, de 12 anos. Esse fato foi considerado por Mário como a maior decepção de sua vida. Trabalhou na Cerâmica Parapuan, durante 10 anos. Trabalhou também na extinta Cerâmica Raquel, Siderúrgica Alterosa, Cia Fiação e Tecelagem Pará de Minas (por 7 anos) e na Serralheria Amaral Fonseca. A família, que já era numerosa, aumentou ainda mais, totalizando 12 filhos. Mas ele conseguiu, com muito trabalho e esforço, que todos estudassem, pelo menos no primário. E assim, todos se tornaram bem criados, trabalhadores e responsáveis. Teve a alegria de dar seu sobrenome a 21 netos. Foi confrade durante mais de 30 anos. Os ensinamentos e devoção que ele tinha a Nossa Senhora, visivelmente percebido por todos, ao confeccionar terços e rosário rezados fervorosamente por muitos amigos, e até mesmo por desconhecidos. Confeccionava-os com mãos tremulas e muitos foram enviados para o Paraguai e Argentina. No meio de tantos percalços e alegrias, ele adoeceu, sendo tratado por 7 anos, de uma doença, não contagiosa, mas incurável que só podia ser controlada com drogas bastante fortes. Era uma chamada Pênfigo, popularmente conhecida como Fogo Selvagem, que lhe causava queimação, coceira e dores pelo corpo. Foi a maior provação de sua vida, pois exigia muita paciência e um amor muito grande a Deus e pela família para que não surgisse o desespero. Ele suportou com vigor. Durante sua enfermidade, foi internado várias vezes em Belo Horizonte e em Pará de Minas. Nos hospitais, todos que dele cuidaram viram nele muita vontade de viver, surpreendendo até os melhores médicos que, em seus últimos momentos de vida, lhe deram assistência. Tanto remédio e sofrimento fizeram com que seu coração crescesse a ponto de quase não caber em seu peito... Faleceu aos 73 anos, no dia 21 de agosto de 1997, em consequência de insuficiência respiratória aguda. Deixou em seus familiares e amigos muita saudade e um exemplo de vida admirável. Sua família reconhece que, com tanto sofrimento, ele não morreu, foi apenas descansar...

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