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“O aprendizado dos alunos que chegam aqui deixa a desejar” - 24/04/2014

Desde fevereiro, a Fapam está sob nova direção, o economista Ruperto Vega, 39. Para conhecer melhor o diretor e saber quais são seus planos, a reportagem GP esteve com ele. Analise. “Sou de Itaúna/MG e junto com minha esposa, viemos para Pará de Minas em 2004, quando comecei a trabalhar no Banco Mercantil. Em 2007, comecei a trabalhar em uma indústria local (não citou o nome), onde fiquei até 2011. Então, comecei a fazer um trabalho de consultoria na área financeira. Sou economista com mestrado em administração de empresas, formado em 2006, em Varginha/MG. Estou muito consciente do meu papel, de fazer o bem para as pessoas, através da educação. E é nesse caminho que iremos trabalhar, o tempo todo”, apresenta-se Ruperto aos milhares de leitores GP. A SURPRESA – “Quando eu saí do banco, muitas falaram que eu era louco, pois o trabalho no banco é sempre bom, mas o mês termina e tudo começa do zero e isso não me chamava mais a atenção. Foi aí que eu decidi sair e saí de lá com o seguinte objetivo: ter história para contar, quando eu estiver velho. Eu quero chegar aos 60 anos com várias histórias para contar. Assim, acredito que a Fapam é mais uma grande história para poder contar. Estar aqui hoje tem tudo a ver com a minha história de vida. Foi uma surpresa eu ter sido escolhido... é um grande desafio, é possuir um peso histórico muito grande na cidade. É um compromisso muito grande e agora o meu papel é dar sustentabilidade, abraçar essa causa e pensar no futuro. E imaginar que daqui 20 anos, a Fapam será bem maior do que é hoje”. PADRÃO INVERTIDO – “O governo vem tentando melhorar a educação superior no Brasil, nos últimos 10 anos. Seu objetivo é muito nobre, porque realmente é seu dever desenvolver pessoas que pensam e sabem associar idéias. O problema é que o modelo adotado é um modelo de faculdade pública, onde se têm professores integrais, o tempo todo. E isso para uma faculdade particular sem fins lucrativos é um esforço muito grande. Quanto mais você cresce, maior a cobrança. Claro que o governo propõe é muito nobre, só que os meios dificultam um pouco, pois você não sabe se é sustentado financeiramente ou não. Percebo que as faculdades particulares têm dificuldades de se manterem no mercado, pelo fato dos estudantes terem dificuldades de fazer o pagamento das mensalidades. O maior limitador na educação superior é que o governo federal decidiu cuidar da educação de cima para baixo. Alguns chegam aqui no 1º período com dificuldades de leitura e de fazer conta. Aí, perdemos muito tempo para nivelar essas pessoas. O trabalho deveria ser feito por baixo; à medida que a pessoa vai crescendo, ela se forma dentro de um novo padrão de qualidade”. ENSINO SEM QUALIDADE – “É no ensino superior que as pessoas vão pensar e, ao verem um problema, vão raciocinar sobre ele e encontrar uma solução. A ideia da faculdade é estimular as pessoas a criarem novas ideias. A cobrança do governo federal é muito forte e a qualidade do aprendizado das pessoas que chegam aqui realmente deixa a desejar, não é só em Pará de Minas, é no Brasil inteiro. Ou seja, não é um problema da Fapam, uma vez que todas as faculdades sofrem com isso. Até as universidades federais têm esses problemas, gastando mais tempo para formar um aluno. Mas fazer uma faculdade hoje é primordial e o que faz o sucesso da faculdade são os seus alunos”.

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