Selo GP - Rodrigo Roreli Laço
Fundação: Francisco Gabriel
Bié Barbosa
Alcance, credibilidade e
imparcialidade, desde 84
ANO 41
Nº 2046
14/11/2024


Notícias
Notícias

O LADO NEGRO DAS PASSARELAS - 24/04/2014

O sonho da maioria das garotas de hoje é ser, um dia, modelo, desfilar pelas passarelas, ilustrar catálogos de marcas famosas e viver bem no mundo do glamour. Ignoram, porém, que, por trás de tanto brilho existe um lado bem negro. Muitas vezes, a fama vem de uma forma espinhosa, quando essas garotas se tornam Fichas Rosas, palavra camuflada para esconder o termo real: prostituição. A reportagem GP entrou em contato com uma dessas ex-Fichas Rosas, através da internet. Trata-se de Luna di Maio (apelido), 30 anos, que reside em Brasília/DF e realmente abriu o seu coração e contou absolutamente tudo para o jornal. Mergulhe nesta história. “Fichas Rosas são moças que estudam e trabalham em eventos. Ninguém é obrigada a ser uma Ficha Rosa. Ninguém chega com uma faca ou algo parecido e diz: Tu vai virar Ficha Rosa e ganhar uma grana extra. Não, elas entram, porque querem e ninguém é menor ou inocente. Pelo contrário, são mulheres maduras e inteligentes. Hoje em dia, isso é muito aberto e de fácil acesso. Antes, era mais comum através das agências falsas de modelos que contratavam moças lindas, que chamavam atenção; passo aberto para a prostituição. Lógico que existem moças que não se submetem a isso. Lógico que todos os agenciadores ganham com isso”, alerta Luna de Maio. OS PREÇOS – “Fichas Rosas são todas as mulheres que têm um emprego fixo para sair com empresários, políticos, etc. A grande vergonha nacional é a diferença salarial (nesse setor), porque, enquanto uma Ficha Branca ganha em torno de 70 a 300 reais por 4 horas de trabalho, uma Ficha Rosa ganha de 500,00 a 3.000,00 pelas mesmas 4 horas. Lembrando que a Ficha Branca, é aquela moça que não se submete a alguns dos programas sexuais propostos”. A ILUSÃO - “Eu acho que existe sim, uma ilusão sobre isso e muitas mulheres se deixam levar pelo momento ou pela situação que vivem. Muitas são mulheres bonitas, mas desprovidas de luxo. Ao entrarem nisso, elas tomam um banho de loja e se transforma em uma diva da Ficha Rosa. Mas uma Ficha Rosa não passa de uma prostituta camuflada”. VALE A PENA? – “Se vale ou não a pena vai depender de cada pessoa, dos seus sonhos (que o dinheiro realmente compra)... Quem está fora quer entrar, mas quem está dentro quer sair. No meu caso, a destruição psicológica que isso me causou não tem dinheiro que pague. Quando eu acordei e me dei conta de que havia virado uma prostituta de luxo, bateu um vazio, um medo da sociedade me jogar pedra... É curioso, porque os mesmos que nos criticam na tv, jornais, empresas e tal são os mesmos que nos procuram. Eu não apoio nem incentivo ninguém a entrar nessa profissão, seja como Ficha Rosa ou seja como prostituta assumida mesmo, porque é um mundo sem volta. Mesmo você parando, um dia, a destruição já está feita e não tem borracha que apague o seu passado. É uma boa grana que entra, mas a solidão, o vazio e a vergonha é maior que o dinheiro e isso é um perigo, porque se você não tiver a cabeça no lugar é como um caminho para drogas. Então ser ficha rosa é uma coisa turbulenta”. PERIGO – “Eu não aconselho ninguém... mas para quem quer, tem de ter cuidado com as ofertas generosas demais, porque (nesse meio) ninguém é bonzinho, ninguém é santo, ninguém é sonso... e é bom tomar cuidado com os psicopatas. Nesse meio, os anjos e os demônios andam juntos”.

Mais da Gazeta

Colunistas