Quase todo mundo sabe que o Cirque Du Soleil é um dos maiores espetáculos da Terra por contar com grande produção e elenco e para participar dessa equipe é necessário muita disposição. O que muita gente ainda não sabe é que um pará-minense já trabalhou em 3 temporadas desse maravilhoso circo. Trata-se de Juliano Daldegan, 38, que contou para a reportagem GP, com total exclusividade, um pouco dos bastidores desse mega espetáculo. Informe-se.
“Quando fiquei sabendo que o Cirque du Soleil viria a Brasília/DF fiquei louco. Quando li no jornal que ele estava selecionando pessoas para trabalhar, pensei:
Preciso colocar o Soleil em meu currículo e vivenciar a verdadeira magia desse circo. Enviei meu currículo para a vaga de garçom. Quando cheguei para fazer a entrevista, me deparei com um mundaréu de gente! Só para as 20 vagas de garçom eram 500 candidatos. No processo seletivo, você precisava se apresentar em inglês e fazer uma montagem de mesa para um serviço a la carte. Depois, tinha de abrir uma garrafa de vinho. Graças a Deus, eu passei por este processo seletivo para trabalhar, em 2009, no espetáculo Quidam; em 2012, no espetáculo Varekai; e em 2013, no espetáculo Corteo. Fui selecionado para trabalhar nessas 3 vezes que o circo se apresentou na capital federal”, orgulha-se Juliano.
BUFFET INCRÍVEL – “Trabalhei no Tapeis Rouge (Tapete Vermelho) e nossos clientes pagavam um valor, que não era baixo, para desfrutar de um buffet incrível, uma hora antes do espetáculo. No buffet tinha desde picadinho de filé mignon com batata baroa a farofa de banana da Terra, mini hamburger, petit gateau até brusquetas italianas com presunto de parma. Bebidas à vontade com destaque para um delicioso Prosecco. O manager nos deu uma ordem: Vocês têm total liberdade para sorrir sempre! Mas isso para mim foi fácil, pois sou mineiro e hospitaleiro! Mas lá é tudo muito metódico! Em 2012, por exemplo, eu estava, humildemente, servindo meus clientes (deputados, senadores, governador, atores e atrizes famosos), quando o meu manager me chamou e disse: Juliano, troca de roupa! Eu perguntei: Pra...? Ele disse: Hoje, você vai assistir ao espetáculo! Meu Deus! Quanta honra! Assisti e ainda ganhei pipoca e refri. Tem dinheiro que paga isso”?
3 MARCOS – “Dentro do Cirque du Soleil possui um restaurante internacional que só os artistas têm acesso. Quando passávamos na porta, dava para ouvir vários artistas conversando em inúmeras línguas, mas as principais são inglês e francês, por causa da origem canadense do circo. Tem até uma escola lá dentro, onde os filhos dos artistas são educados em até 3 línguas. As 3 coisas que mais me marcaram lá foram: a pontualidade britânica; a alegria de todos os funcionários; e a preocupação com a satisfação do cliente. São coisas que ficaram marcadas na minha vida profissional”.
MOMENTOS – “Nos fins de semana, o circo fecha uma boate (na cidade onde está se apresentando) e libera ingressos para todos os funcionários. E foi dessa forma que tive contato direto com os artistas. Estar numa boate com os artistas do circo, de várias culturas, me fez passar por momentos inusitados (risos)...
E O SALÁRIO? – “No fim das 3 temporadas, fui convidado a seguir com o circo, mas o salário oferecido pelo serviço de garçom era baixo para eu custear minha hospedagem e transporte na próxima cidade. Ou seja, teria muitos gastos e perderia meu trabalho fixo, minha casa e meu outro trabalho, em Brasília. Enfim, o meu objetivo no Soleil não era o salário. Porém, caso o circo volte a Brasília esse ano, com certeza, enviarei meu currículo para vivenciar, pela 4ª vez, esses momentos mágicos”!
PARÁ DE MINAS – “No momento, não pretendo retornar. Preciso adquirir mais experiência ainda na área de A&B (Alimentos & Bebidas). Tenho ainda muitos lugares para conhecer, muitas comidas para comer e muitas culturas para aprender. Meu amado pai, Francisco Daldegan Rios, me ensinou que conhecimento ninguém nos tira. Então, pretendo um dia abrir o meu próprio restaurante ou a minha própria pousada para colocar em prática dotes adquiridos em minha, ainda pequena, mas constante caminhada! Quem sabe será em Pará de Minas”? (Matéria Sugerida por JOÃO GABRIEL BARBOSA).