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ANO 41 - Nº 2051
20/12/2024


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HISTÓRIA DE VIDA - 05/06/2014

Filha de Antônio Xavier e Maria Conceição, Dázia Amaral nasceu no dia 17 de junho de 1936. Cresceu em uma família grande, tendo muitos irmãos, mas perdeu o contato com eles, após mudar-se para Belo Horizonte. Casou-se com José Amaral, com quem teve 7 filhos, 8 netos e 2 bisnetos. Seu marido faleceu há 22 anos, vítima de um câncer no fígado. Para reportagem GP, Dázia contou um pouco de sua história. Não deixe de ler. “Minha infância foi na roça, em Igaratinga/MG. Fui criada sem recurso nenhum, mas cheguei até aqui, graças a Deus! Quando a gente era criança, naquela época, a gente brincava de roda, de correr, tudo na inocência pura. Era uma infância sofrida, mas feliz! Lembro que juntava aquele tanto de criança lá no arraialzinho e a gente ficava brincando, até o anoitecer. Hoje, não tem mais essas coisas nas brincadeiras das crianças. Minha mãe era uma mulher doente... então, ela separou os filhos, pedindo para as madrinhas de cada um criar um. Me mudei para Belo Horizonte para morar com a minha madrinha e custei a aprender a viver na capital. Era muito diferente, há 70 anos atrás: havia os bondes e para mim, que vinha da roça, Belo Horizonte era muito grande. Diante disso, não tive muito contato com a minha família, porque, na época, viajar de Belo Horizonte para Igaratinga era muito longe. Hoje, é tudo mais fácil, tudo mais perto. Na minha época, a gente tomava a condução e levava muitas horas para chegar. Era mais difícil ficar visitando”, revela Dázia. O CASAMENTO – “Ainda nova, conheci meu marido em Belo Horizonte. A gente começou a namorar até termos condições de casar. Não tinha nem 20 anos, quando casei e me mudei para cá, onde tive meus filhos. Eu trabalhava na casa da tia dele, lá em Belo Horizonte, cuidando das crianças. Foi lá que o conheci. Ela era como uma mãe para ele. Depois de casar, não trabalhei mais, mas vendia doces, tipo brigadeiro e cajuzinho, porque as padarias não eram fartas como hoje. Não havia tantas coisas. Pará de Minas cresceu que é uma coisa de louco. A gente que viveu a vida inteira aqui pode dizer”. O MUNDO – “As coisas melhoraram demais. Mas eu, como avó, tenho uma grande preocupação com os meus netos, porque hoje está mais perigoso. Então, acho que está meio a meio: melhorou, porque hoje tem muitos mais recursos, que quando eu casei, por exemplo, não tinha; mas também piorou, porque a violência está muito maior”. AS TRISTEZAS – “Sempre tem um momento triste... Acho que ninguém passa por aqui sem nenhuma provação... As minhas, por exemplo, foram quando perdi o meu marido e quando 2 dos meus filhos não sobreviveram, ao nascer, por falta de recursos... Mas temos que aceitar e abraçar. Quem tem fé e acredita em Deus vai a qualquer lugar. A gente lembra mais das tristezas, mas é importante estar sempre alegre”! AS ALEGRIAS – “Eu sempre fui muito alegre, graças a Deus. Sou muito comunicativa, sempre tive grandes amizades, casa cheia... Está tudo beleza! Ter os filhos, vê-los casar são momentos felizes demais da vida da gente. Eu fiquei 40 anos casada. Então, não posso reclamar de nada ruim. Nunca tive problema com nenhum dos meus filhos. Todos são muito tranquilos. Tudo que meus pais não puderam me dar, eu tento, ao máximo, dar aos meus filhos. Meus netos me dão muita alegria também! Quando eles me pedem para contar histórias, só conto as boas” (riso).

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