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2 patafufos nas Terras de Hitler - 12/06/2014

Desde o início de março, 2 pará-minenses estão estudando em Munique/Alemanha, através do programa do governo brasileiro Ciências sem Fronteiras, uma parceria do Capes - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, CNPQ – Conselho Nacional de Pesquisa e instituições de ensino superior federal. Esse programa oferece bolsas a estudantes do ensino superior para eles continuarem seus estudos em alguma universidade do exterior. Trata-se de Lucas Fonseca Lage e Melina Duarte, ambos com 21 anos, ele, estudante de Engenharia Civil, na Puc/MG e ela, estudante de engenharia civil na UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais. A reportagem GP, pela internet, conversou com ambos. Vale a pena conferir o que disse ele e, depois, ela. LUCAS - “A 1ª diferença que me marcou foi o modo como os alemães se dedicam ao trabalho. Independentemente de qual seja sua função - caixas de supermercado, motoristas de ônibus e zeladores – todos trabalham com o mesmo empenho que as pessoas que ocupam altos cargos administrativos e valorizam a sua profissão, da mesma forma. Algo que não se vê no Brasil. Eles determinam muito bem o limite entre relacionamentos pessoais e profissionais, de modo que seus colegas de trabalho nem sempre serão seus amigos. A grande diferença aqui são as estações do ano que são bem definidas. Cheguei no fim do inverno e agora estamos na primavera e a diferença da temperatura e da coloração das árvores e plantas é bem perceptível. Munique é uma cidade é plana, diferente do que eu estava acostumado no Brasil”, observa Lucas. O POVO ALEMÃO – “Em geral, não é um povo fechado, uma vez que as pessoas com quem tive contato sempre foram bem receptivas A maioria das pessoas são bem abertas a perguntas. Segundo me disseram, eles acham que quem pergunta quer aprender e isso é bastante valorizado aqui. Então, nunca tenho medo de pedir informações sobre como as coisas funcionam ou onde fica tal lugar, pois os alemães realmente são sempre bastante solícitos em me responder. São bastante educadas e pacientes, quando eu as abordo em alemão. Entretanto, quando preciso falar em inglês, alguns, especialmente os mais velhos que não falam inglês, simplesmente me ignoram. Mas isso não tem sido problema ou descortesia. Especialmente amigáveis comigo são os funcionários do alojamento onde eu moro, porque eles sabem que nós, intercambistas, precisamos aprender alemão. Então, eles estão sempre nos ajudando a melhorar. No mais, nunca me senti hostilizado por ser brasileiro. Há várias pessoas que são até mais amigáveis, exatamente por causa disso. Mas já ouvi relatos de pessoas que foram hostilizadas, mas são casos isolados”. COPA DO MUNDO – “A visão deles ainda é um pouco limitada a Rio de Janeiro e São Paulo. Já me perguntaram, algumas vezes, se no Brasil eu falava espanhol, mas essa visão está mudando um pouco agora que o país está em evidência, devido à Copa”. MELINA - “Eu escolhi a Alemanha e vou ficar aqui um ano e meio (igual ao Lucas). Nesses 6 primeiros meses, estou estudando alemão. Depois, vou ficar um ano na universidade. Quando voltar para o Brasil, terminarei o meu curso. As temperaturas aqui são bem mais baixas que no Brasil e as estações do ano são mais definidas. Deu para ver direitinho a primavera começando, porque surgem folhas nas árvores e flores por todo lugar”, também observa Melina. O POVO ALEMÃO – “Os alemães são pessoas muito mais reservadas que os brasileiros e fumam muito! É um país muito limpo e organizado e as pessoas se preocupam em manter as coisas assim. Se esforçam para ajudar. Quando preciso de alguma informação, por exemplo, a maioria das pessoas ajuda com boa vontade. Não sofri nenhum preconceito aqui por ser brasileira. A Alemanha possui boa qualidade no ensino, no transporte e na saúde. Tudo funciona bem. Seriam pontos para o Brasil se espelhar e fazer um país melhor. Como a taxa de desemprego é baixa, o povo não parece enfrentar dificuldades, nesse quesito. Os alemães têm também uma preocupação ambiental muito grande e eu acho isso muito importante. Eles usam bastante o transporte público, separam o lixo, mantêm tudo limpo e possuem muitas fontes de energia renováveis”. COPA DO MUNDO – “Quando falo que sou brasileira, eles falam: carnaval, futebol, caipirinha e Copa do Mundo, claro. Eles têm uma visão legal do Brasil e muitos falam que é um país que eles querem conhecer. As pessoas daqui parecem gostar quase tanto de futebol, quanto nós brasileiros. A Copa do Mundo é um evento saudável, onde o mundo todo interage de uma forma muito boa. Eu acho que o Brasil tem muitos problemas a serem resolvidos, antes de ter gastado tanto dinheiro com estádios de futebol, mas espero que seja um evento agradável e que possamos aproveitar esse dinheiro gasto, de alguma forma. Aqui em Munique, por exemplo, já foram realizadas olimpíadas e o local hoje é usado por toda a população para praticar esportes; neles, também estão sempre acontecendo eventos e feiras”.

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