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Moradores buscam medidas para sanar falta d'água em Pará de Minas - 01/07/2014

Nove meses depois de ser decretada calamidade pública por falta de água em Pará de Minas, a cidade continua vivendo com os problemas no abastecimento. O período de estiagem e a falta de chuva no início do ano agravaram ainda mais a situação no município. Enquanto a situação não é solucionado, moradores adotaram medidas para minimizarem os efeitos da falta de água, como comprar ou armazenar. A assessoria de comunicação da Prefeitura informou que o edital para contratar uma empresa de abastecimento e tratamento de água na cidade está aberto para consulta pública no site. A Companhia de Saneamento de Minas Gerias (Copasa) informou que permanece em Pará de Minas com o compromisso de tentar solucionar os problemas de água e o interesse em permanecer no município, porém não participa de licitações. A dona de casa Tatiana Mara é moradora do Bairro Santos Dumont, localizado em uma parte alta da cidade. Segundo ela, o local já ficou sem receber água por até cinco dias. “Para beber e fazer comida a solução foi comprar agua mineral. Quando a água chega, muitas vezes vem suja e a que aparenta estar limpa logo armazenamos em um tambor, para ter nos dias sem abastecimento”, relatou.Quem também sofre com a falta d’água são os restaurantes no município. Mariana Silva Souza é gerente em um bar e pizzaria no Bairro Patafufu. De acordo com a gerente, ela mesma tomou medidas para minimizar temporariamente o problema. “Sempre faltou água aqui no bairro, mesmo antes dessa crise. Por isso nós mesmos perfuramos um poço para diminuir o problema. Precisamos de água para fazer a limpeza do espaço, da cozinha e para preparar os alimentos”, contou. Ainda segundo Mariana, mesmo não sofrendo tanto com a falta de água, a situação a incomoda bastante. “É muito triste nós mesmos termos que buscar uma solução para ter água em casa, no trabalho e não quem de fato é responsável pelo abastecimento. Se hoje o meu bar está funcionando é por minha causa”, protestou. Outro estabelecimento que tem sofrido com a estiagem é o de Anderson Borges, proprietário de um restaurante japonês, no Bairro Providência. O local já ficou sem água por quatro dia e por conta disso foi adotado um rodízio no restaurante, além do que é feito na cidade. “Para quem tem restaurante ficar sem água é um transtorno. Temos um reservatório e poupamos o máximo da água dele. Também guardamos águas em garrafas pet por precaução. É lamentável ter que contar com a vinda de um caminhão-pipa para encher nosso reservatório”, reclamou. Se a situação tem sido crítica para alguns, o hospital da cidade não tem sofrido com essa situação. De acordo com o provedor do Hospital Nossa Senhora da Conceição, Milton Ferreira de Oliveira, o abastecimento no local tem se mantido normal. “Até o momento não fomos prejudicados e acredito que a própria companhia tenha esse cuidado para não faltar água em hospitais, asilos e locais que lidem diretamente com a vida. Temos um reservatório e um poço artesiano no hospital e por isso a situação está controlada, não houve necessidade nem de caminhão-pipa”, informou.Para o morador do Bairro Bela Vista, Gilberto Martins da Silva, a população também deve colaborar durante o período de estiagem. “Vejo muita gente desperdiçando água lavando o carro, a calçada e depois quando acaba começam a reclamar. É preciso que todos ajudem”, disse. Nova empresa Desde o dia 11 de junho está aberto para consulta pública o edital para contratação de uma empresa para cuidar da água. A consulta segue até o dia 11 de julho e depois ficará à disposição das empresas interessadas por mais 45 dias. Segundo a Copasa, diariamente cerca de 18 caminhões-pipa têm reforçado o abastecimento na cidade, principalmente nas partes mais altas, além de atenderem escolas, creches e hospitais. Também tem sido feita a captação de água por meio de poços profundos, que já somam 43 perfurações na cidade. Desses, 18 foram produtivos e 12 estão em operação. Ainda segundo a companhia, a solução definitiva para a situação do abastecimento de água em Pará de Minas seria o transporte de mais de 200 litros por segundo de água bruta do Rio Paraopeba para a Estação de Tratamento de Água (ETA) da cidade. No entanto a construção de uma adutora de 25 quilômetros, avaliada em mais de R$ 50 milhões, depende da renovação do contrato de concessão. Problemas no abastecimento Desde 2013 a cidade tem passado por problemas com o abastecimento. O prefeito Antônio Júlio (PMDB) chegou a decretar situação de calamidade pública duas vezes devido à falta de água no município e informou que não renovaria o contrato com a Copasa, vencido desde 2009. O Projeto de Lei (PL) 55/2014, que autoriza a Prefeitura de Pará de Minas a abrir edital para contratar uma empresa de abastecimento e tratamento de água na cidade, foi aprovado no início deste mês na Câmara Municipal.A água no município é proveniente de ribeirões e de poços perfurados. Dessa forma, o abastecimento depende da vazão dos ribeirões que atendem a cidade. Com a estiagem, a Estação de Tratamento de Água (ETA) em Pará de Minas tem operado com vazão média de 100 litros por segundo. Neste mesmo período no ano passado, a vazão girava em torno de 240 litros por segundo, caindo para menos da metade em 2014. Para minimizar os efeitos da estiagem até lá, algumas medidas tem sido tomadas na cidade como o reforço no abastecimento feito por meio de 18 caminhões-pipa que levam água tratada diretamente do sistema Serra Azul, perfuração de poços profundos, rodízio de água e um desconto entre 30% e 40 % na conta daqueles que economizarem água. Fonte: G1

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