A Polícia Civil do Rio de Janeiro desarticulou uma quadrilha de cambistas internacionais nesta terça-feira. Onze pessoas foram presas no Rio e em São Paulo acusadas de envolvimento no grupo, que atuava principalmente em Copas do Mundo. O argelino Mohamadou Lamine Fanfona, apontado como chefe do bando, está entre os detidos. Todos vão responder por cambismo, associação criminosa e lavagem de dinheiro. Segundo as investigações, o grupo lucrava um milhão de reais por jogo e chegava a movimentar 200 milhões de reais a cada Mundial.
De acordo com o delegado Fábio Barucke, titular da 18ª DP (Praça da Bandeira), a quadrilha utilizava ingressos de cortesia da Fifa, que deveriam ser destinados a patrocinadores, organizações não-governamentais e jogadores. Entre os bilhetes encontrados com os criminosos, havia até entradas exclusivas da comissão técnica da seleção brasileira. A polícia investiga se a quadrilha tinha ligação com algum membro da Fifa - o carro de Fanfona tinha um adesivo que dá livre acesso a eventos privados da federação.
Os detidos confessaram que o esquema já foi utilizado em outras quatro Copas. As investigações apontam que caso o Brasil chegasse à final deste Mundial o ingresso para a partida no Maracanã poderia ser negociado a até 35.000 reais. Durante a operação, que contou com auxílio de diversas delegacias da capital fluminense, foram apreendidos também cadernos de contabilidade, máquinas de cartão e dinheiro.
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Mais prisões - Em outra operação, no sábado, policiais da 12ª DP (Copacabana) prenderam os americanos Brian Jack Peters e Roy Richard Beard e a italiana Rafaella Cinti pelos crimes de formação de quadrilha e cambismo. Segundo os agentes, o trio atuava no Hotel Merlin, em Copacabana. As entradas, no valor de 175 dólares, estavam sendo negociadas pela internet e vendidas por 1.172 dólares. No local foram apreendidos 10.000 dólares americanos, 750 dólares australianos e 160 euros, além de 200 ingressos para jogos da Copa.
Fonte: Veja