Geraldo Eleutério, 91, nasceu em Pará de Minas, no dia 12 de abril de 1923, filho de Maria Louzada e João Eleutério da Cruz. Aos 22 anos, casou-se com Antônia Pereira Eleutério com quem teve 8 filhos - Ana Maria (Mimila), Helena Maria (Leninha), Conceição Maria (in memorian), Lúcia, Geraldo (Geraldinho), Fátima, Conceição Aparecida (Cida), José Maurício (Dudé) - 11 netos - Bruno (in memorian), Mariana, Rodrigo, Tassiana, Fabiana, Felipe, Ricardo, Fernanda, Bianca, Mariana (outra) e Ana Clara – e 3 bisnetos - Gabriel, Luíza e Lara. Hoje, Sinato, como é mais conhecido, encontra-se muito debilitado e, para relatar sobre a sua vida a reportagem GP contou com a preciosa ajuda de sua filha Lúcia Eleutério. Não deixe de ler.
“Papai começou a trabalhar com 13 anos para ajudar em casa. Aos 17, trabalhou em Florestal/MG, na Cedaf, onde ficou pouco tempo. Depois, trabalhou na Praça de Esportes durante um ano até ser encarregado na fazenda do governador Benedito Valadares, onde morava. Ali, conviveu com Benedito Valadares, Juscelino Kubsticheck e Fernando Sabino, guardando para si os segredos dessa época. Paralelamente, foi funcionário do D.E.R., onde foi chefe de oficina e de transporte, até aposentar. Ele era tão querido e respeitado lá que teve mais de 70 afilhados. Mesmo assim, fraco e debilitado, ele só dá e transmite alegria. É um exemplo de paciência, fortaleza e muita fé”, emociona-se Lúcia.
INFÂNCIA – “Com muitos irmãos - Paulo, Lucy, José Pedro, Nair, Conceição Maria, Maria Antônia, Mário e João - ele brincava de baratinha pelos passeios da rua Nossa Senhora das Graças, quase em frente onde fica hoje a movimentada Fumusa. Cursou apenas até o 4º ano do ensino primário. Mesmo assim, teve uma formação de muita sabedoria e trouxe consigo tudo de bom que um homem pode ter na vida: dignidade, amor, felicidade, simplicidade, honestidade e boa formação cristã. Foi apaixonado por motos e com os amigos fazia corridas, sendo sempre o vitorioso, pois era um piloto muito bom. Ajudou na construção da Igreja São Francisco e na criação do Salem da Vila Maria e do bairro Dom Bosco. É o morador mais antigo do bairro São Francisco”.
A DOENÇA – “O câncer nos ossos dele foi descoberto há um ano e meio, por causa de uma queda que ele sofreu. Aí, ele teve que ser levado ao médico, quando foi descoberto que a doença que já tinha tomado o fêmur. Agora, ele toma sol todos os dias, na parte da manhã, e, no resto do dia, fica na cama... mas ele canta comigo todos os dias”.
ALEGRIA - “Foi um marido exemplar. A alegria dele era a minha mãe quando se casaram moravam na chácara e os dois. Uma de suas maiores alegrias foi ter vivido ao lado da mamãe. Uma de suas mais constantes recordações é que, assim que se casaram, a levava de baratinha no curral, todos os dias”.
TRISTEZAS – “Ele perdeu uma filha com 1 ano e 6 meses, de pneumonia... e o 1º netinho com 1 ano e 8 meses... afogado em um buraco (pequeno) de construção que estava cheio de água. Mas a morte de minha mãe, aos 77 anos, de aneurisma, na horta... foi a maior de todas as tristezas da vida dele. Todos os dias, ele caminhava com ela de mãos dadas, às 16H, de casa até o D.E.R. Depois da morte dele, nunca mais ele fez essa caminhada. Quando a minha mãe morreu, se Deus perguntasse a ele quem de casa deveria partir, ele indicaria qualquer um dos filhos menos ela”.