Entre os dias 19 e 21 de maio, foi realizada na Fapam uma exposição de amostras dos alunos do curso de Direito que, através de banners definido os vários temas, os demais alunos da faculdade iam passando e, se tivessem interesse, perguntavam sobre o trabalho. Um deles falava sobre a eficácia da Casa do Caminho, instituição que abriga crianças que estão sem lar, seja por causa de violência, maus trato, entre outros. Para falar sobre esse trabalho apresentado, a reportagem GP conversou com a aluna Cristina Araújo Mussolini. Leia mais. “Escolhi a Casa do Caminho como tema do meu trabalho, porque tinha muita curiosidade em saber como funciona esse abrigo, como ele atende as crianças da comarca de Pará de Minas. Ouvia dizer que se tratava de uma instituição séria, mas não tinha certeza. Decidi então, aprofundar no tema. Aí, parti do pressuposto de que eu precisava investigar o Regimento Interno, bem como o estado em que se encontrava a Casa do Caminho. Traçar um parâmetro entre o que estava sendo feito lá e o que manda o E.C.A. - Estatuto da Criança e do Adolescente, e o Conanda - Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, para ver se ele realmente havia sido elaborado conforme as normas previstas. Peguei as doutrinas, peguei a lei, aprofundei e verifiquei como deveria ser um abrigo para ser eficaz e atingir os objetivos pelos quais ele foi criado. Depois disso, fui até lá para fazer um trabalho de campo sob a coordenação do presidente Éverton de Souza Menezes. Comecei fazendo uma entrevista com a coordenadora Beatriz Marcele para saber quantas crianças estavam sendo acolhidas naquele momento, o que tinha e o que não tinha no abrigo. Sempre fazendo um parâmetro com o que estava no estatuto deles e como funciona”. VOLUNTARIADO – “Concluí que são pessoas que levam o trabalho a sério. O presidente e todos os cargos administrativos não são remunerados (as funcionárias educadoras e a coordenadora de serviços externos e internos são remuneradas como rege o estatuto). Trata-se de um trabalho completamente voluntário. É um trabalho muito bonito, visto que é necessário muita responsabilidade para estar à frente de uma instituição como essa. Quem está lá realmente quer ajudar. Além disso, tem de estar sempre prestando informações para o poder Judiciário que é quem zela pela criança e pelo adolescente, de acordo com o estatuto. Com esse trabalho, descobri que a Casa do Caminho é uma instituição completamente eficaz e que cumpre todos os propósitos para os quais foi criada”. CRISE FINANCEIRA? – Durante sua visita à Fapam, a reportagem GP ouviu alguns alunos afirmarem que a Casa do Caminho estaria passando por um sério momento financeiro e que até já tinha mandado uma antiga e eficiente funcionária embora. Diante disso, a GAZETA procurou o presidente da entidade, o psicólogo Éverton José de Souza Menezes. Veja o que ele disse. “No dia 7 de junho, realizamos no Automóvel Clube uma apresentação do conhecido humorista Geraldo Magela, o Ceguinho, cujo resultado não superou as nossas expectativas. Tivemos uma despesa de R$ 8.025,45 e uma receita de apenas R$ 9.086,45. Ou seja, um lucro de R$1.061,00. Esperávamos mais pessoas, mas as que foram gostaram muito. Posteriormente a diretoria se reunirá e possivelmente anunciaremos, em breve, um outro evento para poder dar continuidade a esses trabalhos”. OUTRAS RENDAS? – “Nós recebemos uma subvenção municipal e também doações voluntárias de pessoas da sociedade (doações financeiras, alguns tipos de alimentos e fraudas). Temos também como fonte de renda o valor pago por multas judiciais que são especificamente direcionadas para uma conta nominal ao abrigo. Gostaria de deixar claro para as pessoas que desejarem conhecer todo o demonstrativo financeiro, nós fazemos isso com a maior transparência, até porque nós o encaminhamos todos os meses para a prefeitura, para a contabilidade, para o Conselho Municipal da Criança e do Adolescente, para o promotor da Vara da Infância e para a juíza da Infância. Ou seja, para todas as pessoas responsáveis para a condução desse trabalho”.