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Revoltado, torcedor tatua 7 a 1 da Alemanha no Brasil: 'marcou muito' - 14/07/2014

O torneiro mecânico Matheus Ribeiro Simões, de 31 anos, de Piracicaba (SP), tatuou na coxa esquerda as bandeiras da Alemanha e do Brasil e ainda o resultado da partida de 7 x 1. A ação foi por revolta ao ver o sofrimento da filha Beatriz Ribeiro, de oito anos. “Marcou muito vê-la chorar de soluçar, decepcionada com a derrota da seleção.” Quando houve o apito final do juiz, ele já estava decidido a tatuar o placar na pele. “Eu fiquei revoltado com o sofrimento da Bia. Ela é da geração que nunca viu o Brasil vencer a Copa do Mundo e esperava que o time vencesse também por ela, como era dito nos meios de comunicação. Quando ela começou a chorar, de forma inconsolável com o resultado, fiquei furioso e decidi tatuar. Eu nunca tinha visto ela agir dessa maneira por uma decepção e, por isso, decidi guardar esse momento para sempre.” Simões relatou ainda que o brasileiro tem a memória curta e muitas vezes esquece momentos marcantes na vida. “Eu não quero esquecer porque foi um momento que marcou a minha vida e a da minha filha. Sem contar que, sempre que ela ou eu olharmos a tatuagem, lembraremos da partida e daquele momento que vivemos.”Copa do Mundo No início da Copa o torneiro mecânico contou que estava sem esperanças com esta equipe do Brasil, mas que foi acreditando na seleção a cada partida. Ele disse ainda que a filha não se interessava por futebol, mas ficou muito contagiada com a Copa do Mundo. “No jogo contra o Chile vibramos em cada pênalti, gritamos juntos, torcemos e quando o Brasil venceu nós nos abraçamos e choramos muito de emoção com a vitória. A cada partida ela estava mais envolvida. Me pediu para levá-la ao estádio, para comprar os itens para torcer e, de repente, a derrota.” Simões contou que quando o time passou para as quartas-de-final ficou confiante e tinha até decidido tatuar o brasão do Brasil com seis estrelas caso o país vencesse o jogo.Brasil x Alemanha O torneiro contou que, como em todos os jogos, Bia estava brincando no começo da partida e correu para ver quando o pai gritou que a Alemanha havia feito o primeiro gol. “Ela voltou brincar. Mas quando gritei que a Alemanha tinha feito o segundo gol, a Bia sentou ao meu lado e começou a assistir a partida. Então, ao ver o terceiro gol contra o Brasil, ela cobriu o próprio rosto. Achei que ela estava fazendo gracinhas. Ela ficou com o rosto coberto no quarto e ainda no quinto gol. Então tirei o cobertor e vi ela chorando.” Simões relatou que a menina não parava de chorar, que soluçava e estava inconsolável com o resultado da partida. Nesse momento ele decidiu tatuar o jogo para nunca mais esquecer do momento vivido com a filha. Bia disse que gostou da iniciativa do pai e fez questão de se justificar sobre o choro. "Eu só queria que o Brasil não tivesse perdido de tantos gols. Poderia ser uma diferença menor no resultado, por isso fiquei tão triste", relatou.Para acabar com o sofrimento da menina, o torneiro mecânico e a esposa, Andrea Tatto, começaram a conversar com a filha."Nós explicamos que na vida teremos decepções, conversamos bastante e a consolamos até que se acalmasse”, relatou. A tatuagem Assim que acabou o jogo, Simões pediu para a mulher, que trabalha como tatuadora, fazer o desenho. “Eu não estava acreditando que ele iria tatuar o placar. Fiquei enrolando dias para fazer a tatuagem nele. Mas como foi um momento marcante para ele, aceitei a decisão”, disse Andrea. Na quinta-feira (10), o torneiro foi ao estúdio Art’s House Tatto, onde a esposa trabalha, e fez a tatuagem. O desenho foi feito na coxa esquerda próximo a um coração escrito Bia, desenhado pela própria garota em junho de 2013. “Até o local da tatuagem foi pensado. Seria ao lado do desenho dela porque esse jogo representa o sofrimento da nossa filha. E, como eu brinco, a perna esquerda é da Bia”, disse o torneiro mecânico. Com oito tatuagens pelo corpo, Simões disse que cada uma tem um significado importante na vida dele. “Cada desenho é importante para minha vida. E esse momento da minha filha é um deles.”

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