A situação pavorosa de falta d’água em Pará de Minas se alastra, cada vez mais. Com a audiência publica realizada na ultima 3ª feira, 15, muito foi discutido, mas o problema persiste nas casas dos quase 90 mil habitantes de Pará de Minas. A reportagem GP esteve no gabinete do prefeito Antônio Júlio que falou sobre esse problema grave que, há quase um ano, tem gerado a maior dor de cabeça já sentida em toda a cidade. Leia mais.
“A falta de investimento ficou em 2º plano e hoje a culpa é a falta de chuva e nós não temos água em Pará de Minas. Em 2008, o ex-prefeito Zezé Porfírio cancelou o contrato com a Copasa e se compromissou a abrir uma licitação para resolver o problema, mas nada foi feito. Com 5 anos, a Copasa acomodou-se, por não precisar fazer nenhum investimento, mas continuando a explorar seus serviços em nossa cidade. Muitos estão querendo aparecer, jogando a culpa no prefeito, como se fosse possível o prefeito fazer chover, mas eu assumi o papel e estou fazendo a licitação. Deixo claro que o problema de fornecimento de água é da Copasa. O município é responsável pelo sistema, até porque quem manda a conta para a população é a Copasa. A prefeitura não cobra de ninguém pelo fornecimento de água. O que estou fazendo é o processo licitatório para que alguma empresa possa ter um contrato com Pará de Minas e saneie esse problema. Espera-se que empresas grandes participem da licitação. Temos cobrado da Copasa de uma forma simplória. A prefeitura tomou providência e eu vou resolver este problema, a população pode ter certeza disso. Mas não será para amanhã, eu não estou enganando o povo. Para que eu possa resolver o problema de imediato, tem de chover”..., desculpa-se A.J.
O PROMOTOR - “Estou pagando essa conta sozinho. Sei da minha responsabilidade, porque não assinei o contrato com a Copasa, até mesmo porque o contrato foi negado pela câmara municipal, em 2012, por influência do promotor (Delano Azevedo Rodribues) que orientou (os vereadores) para que não aprovassem o projeto. Desde quando assumi o mandato, estou tratando deste assunto. Não adianta a justiça enviar um ofício pedindo para que chova em 10 dias. Isso não existe! Não temos água em Pará de Minas! A cada dia que passa, vemos que a água está se acabando... Não posso resolver as coisas de uma hora para a outra, mas temos expectativas de que, no máximo, em 60 dias teremos o processo definido”.
O DEPUTADO - “A prefeitura tem feito o que pode, mas a responsabilidade continua sendo da Copasa. Não adianta jogar para o prefeito. O deputado Inácio Franco veio dizer que a culpa é minha, como se eu pudesse fazer chover. Não adianta querer enrolar o povo, porque 5 dias sem água não é fácil... vemos como o povo sofre. Não adianta colocar 30 caminhões de água na cidade, sem ter onde tirar água. Essa é a realidade. O deputado Inácio Franco faz parte do governo (estadual) e tem de defender a estatal (Copasa) mesmo! Mas a Copasa está falida. Hoje, ela é uma empresa quebrada. Eu possuo um documento dizendo que a empresa somente começará a resolver os problemas da cidade (de Pará de Minas), daqui a 3 anos. O contrato venceu dentro de um mandato do grupo do Inácio Franco e eles nada fizeram. Eu fico desiludido com a política. Onde já se viu fazer politicagem com a desgraça do povo”?
O VEREADOR – “Temos de ter responsabilidade com a coisa pública. O Saae (projeto do vereador Antônio Villaça), na maioria das cidades onde ele foi implantado está falido. São cabides de empregos e a prefeitura não tem capacidade hoje de capitalizar um Saae para resolver o problema. Precisamos de, no mínimo, 80 milhões de reais para sanear a questão da água. Temos também um problema sério com a questão do esgoto. Vá em Itaúna/MG ver se eles têm capacidade de investimento? O ribeirão Paciência, até semana passada, estava com uma capacitação de 90 litros por segundo, mas nessa semana chegou a 42 litros. Se não chover passaremos por dificuldades”.
OUTRAS FALAS DE A.J. * “Por que eu deixaria a população sofrer? Eu também estou sofrendo... Na minha casa também fica 5 dias sem água”. * Se a população não estivesse economizaNdo, estaríamos em uma situação bem pior”!; * Estamos tentando furar outros poços artesianos, porque já não tem onde buscar mais água”; * Eu poderia assinar com a Copasa, mas estaríamos sem água da mesma forma”!; * Pode vir pressão de governo (estadual) e do deputado Inácio Franco que eu não vou tirar o pé”; “Estou enfrentando pressão de todos os lados... estou resolvendo os problemas em nome de 90 mil pessoas”.