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Parecer aponta que viaduto na Pedro I tinha um décimo do aço necessário - 23/07/2014

Empresa responsável pela obra afirmou que a alça que ainda está de pé do Viaduto dos Guararapes também corre risco de desabar. Prefeitura determinou que a empresa apresente, imediatamente, projeto para demolição da estrutura Engenheiros e calculistas contratados pela Cowan para fazer estudos que indicassem as causas do desabamento do Viaduto dos Guararapes, no Bairro São João Batista, em Venda Nova, afirmaram, na tarde desta terça-feira, que falhas no projeto executivo foram responsáveis pela queda. Conforme a análise feita pelos profissionais, a estrutura foi construída com um décimo da ferragem necessária. Logo depois do desabamento, a Cowan contratou uma equipe de engenheiros e calculistas para fazer um estudo que indicasse as possíveis causas. Foram feitas sondagens do solo, análise do concreto, entre outros levantamentos. O estudo constatou que o material atendia todos os procedimentos exigidos pelas normas técnicas. Porém, ao analisarem que o projeto executivo, os técnicos contratados encontraram alguns erros que foram determinante para o desabamento. Conforme o parecer divulgado nesta terça-feira pelo calculista Catão Francisco Ribeiro, as duas alças foram construídas com um décimo da ferragem necessária. Por causa do número inferior de aço, o peso da estrutura, de aproximadamente 13 mil toneladas, ficou concentrado em apenas duas estacas. Como elas não foram projetadas para receber toda essa carga, e como o bloco não tinha armadura suficiente para o esforço, um dos pilares centrais afundou junto com as estacas. O afundamento, conforme o estudo, provocou o desabamento. Segundo a Cowan, o projeto executivo entregue para a Sudecap apresentava alguns equívocos. O aço do bloco projetado para os esforços de flexão foi de 50,3 centímetros quadrados, sendo que, segundo o estudo, deveria ter 685 centímetros quadrados. O projeto não considerava o aço para os esforços ao cisalhamento e de torção. Os engenheiros informaram que as ferragens para estes trabalhos tinham que ter 184,1 centímetros quadrados e 10,2 centímetros quadrados, respectivamente. Outro erro no projeto, segundo a Cowan, estava nas estacas. O estudo apontava que a carga de trabalho na estaca, de 80 centímetros de diâmetro e profundidade de 20 metros, foi de 250 tonelada força. Para os engenheiros contratados pela empresa, a carga deveria ser de 467 toneladas força, o que significa que, ou as estacas deveriam ser mais profundas, ou deveriam ter um diâmetro maior. Outra solução seria um aumento do número de estacas. Como as duas alças do viaduto foram projetados igualmente, a Cowan, responsável pela obra, determinou a paralisação do escoramento que era feito na estrutura.“Acho que foi um milagre não ter caído antes. Inclusive a outra alça oferece risco de cair a qualquer momento. Os trabalhadores também correm riscos”, afirmou o calculista Catão Francisco Ribeiro. A Cowan informou na coletiva desta terça-feira que entregou uma carta para o prefeito Marcio Lacerda recomendando a demolição da alça que ainda está de pé. Em nota, a PBH informou que solicitou à Cowan que apresente, imediatamente, projeto de demolição da estrutura. Além disso, a prefeitura exigiu que a empresa adote medidas de proteção civil para os moradores do entorno do viaduto e que agirá com firmeza e cobrará punição e ressarcimento pelas falhas. Monitoramento dos viadutos Depois do desabamento do viaduto dos Guararapes, a Prefeitura de Belo Horizonte determinou que a Cowan fizesse o acompanhamento dos outros elevados ao longo da Avenida Pedro I. Conforme a empresa, as estruturas não oferecem risco de cair. Nenhuma movimentação foi detectada durante os dias de monitoramento.

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