O primo do goleiro Bruno Fernandes, Jorge Luiz Rosa, disse na noite desta quinta-feira (24) que está falando a verdade em relação ao local onde o corpo de Eliza Samudio teria sido enterrado na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Ao ser perguntado sobre como estava sua consciência ele respondeu: “tranquila, desabafei, falei a verdade”.Rosa ainda afirmou que a vida “está difícil” desde o dia da morte de Eliza. Durante a tarde e parte da noite, ele foi ouvido no Departamento de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DIHPP), em Belo Horizonte. O delegado Wagner Pinto informou que a corporação vai fazer buscas pelo corpo de Eliza nesta sexta-feira (25) no local indicado por Rosa. Com a presença da perícia, o terreno deve começar a ser escavado por volta das 9h.Wagner Pinto contou que o lote vago fica perto da casa de Marcos Aparecido dos Santos – condenado por matar Eliza Samudio –, localizada na cidade de Vespasiano, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Ele disse ainda que foi ao terreno nesta quinta-feira na companhia de Rosa e que a versão do primo de Bruno tem certa coerência. Segundo o delegado, no lote há um coqueiro, como o jovem havia descrito.
"Ele [Jorge] esclareceu que a Eliza Samudio foi levada por ele e pelo Macarrão à casa do Bola, onde foi assassinada. O Bola teria dado uma gravata na Eliza, asfixiado ela até a morte e depois decepou uma das mãos da Eliza. E depois disso, segundo a versão dele, enrolou o corpo e a mão num lençol e depois colocou no interior de um saco de cadáver. (...) E depois foram para um lote vago, próximo à casa do Bola, onde já havia uma cova feita, um buraco profundo, aparentemente feito por uma retroescavadeira, segundo ele. E ali foi arremessado o saco contendo o corpo da Eliza. E, posteriormente, os três – o Jorge, o Macarrão e o Bola – teriam enterrado o corpo", relatou Pinto sobre o depoimento do primo de Bruno Fernandes.
Eliza foi morta em 2010. O goleiro foi condenado a 22 anos e 3 meses de prisão por ter tramado a morte da ex-amante para não pagar pensão alimentícia ao filho recém-nascido – hoje com quatro anos. Em junho, ele foi transferido para a Penitenciária de Segurança Máxima de Francisco Sá, no norte de Minas Gerais.
Rosa disse saber onde Eliza foi enterrada em uma entrevista concedida à Rádio Tupi do Rio de Janeiro e veiculada nesta quinta-feira. Ele viajou para Minas Gerais com o advogado Nélio Andrade e policiais cariocas.
Durante a tarde desta quinta, Andrade afirmou que rodou por cerca de duas horas na Região Metropolitana de Belo Horizonte para achar o lugar e encontrou. Depois disso, eles procuraram uma companhia da Polícia Militar em Vespasiano.
“Rodamos. Quase passamos pelo local, quando ele disse: ‘para aqui, eu reconheço isso aqui’. Quando ele desceu, ele chorou, se emocionou, se arrepiou, e me mostrou o coqueiro. Exatamente o que ele descreveu na gravação da Rádio Tupi, é o que está no local”, disse o advogado.
Wagner Pinto afirmou que o terreno tem características semelhantes às que Rosa descreveu e que a polícia vai preservar e fazer a segurança do terreno. "Ele [Jorge] afirma 100% que o local é aquele", ressaltou. O delegado disse que o primo de Bruno vai acompanhar os trabalhos de escavação nesta sexta-feira.
Questionado se este seria o ponto final do caso, o primo de Bruno disse: “com certeza”. Ele ainda afirmou que quer dar à mãe de Eliza o direito de enterrar a filha dignamente.
FONTE:G1