Fundador: Francisco Gabriel Bié Barbosa

O prefeito de Montes Claros/MG, Ruy Muniz, esteve em Pará de Minas, visitando o prefeito Antônio Júlio, uma vez que a cidade que ele comanda está vivendo o mesmo drama vivido pelos os pará-minenses: a tenebrosa falta d’água. A reportagem GP ouviu Ruy Muniz. Acompanhe. “A Copasa opera em Montes Claros há 39 anos e é uma decepção unânime para o Ministério Público, vereadores e a população em geral. Todos estamos indignados com a maneira com que a Copasa trata a sociedade. Essa empresa prometeu levar água para a cidade inteira e zona rural, mas não conseguiu. Temos 18 mil habitantes morando na zona rural e eles estão sem água nenhuma! A situação do esgoto, então, é ridícula! A Copasa anuncia em seu site que trata 100% do esgoto de Montes Claros e temos documentos que provam que não chega a 40%. A Copasa gastou quase 200 milhões de reais a fundos perdidos, na construção de uma E.T.E. (Estação de Tratamento de Esgoto) que trata apenas 1/3 do nosso esgoto. Desde o início do meu mandato, notificamos a Copasa e estamos em negociação há mais de 1 ano para que ela defina um plano de investimentos, mas já esgotamos toda forma de negociação e agora também decidimos abrir um processo administrativo. Estamos aguardando a resposta e, provavelmente, ela terá seu contrato reincidido, porque iremos assumir a gestão da água e esgoto em Montes Claros. Nosso contrato venceu em 2004, sendo criado uma prorrogação ilegal, sem processo licitatório. Agora, o objetivo é ter 100% de água tratada com qualidade”, sonha também Ruy Muniz. NOVO PACTO FEDERATIVO – “A Copasa faz muita pressão, mas já demonstrei, desde o início, que não irei atender aos interesses do governo do Estado. Fui eleito por uma população que quer solução dos problemas. Meu partido é Montes Claros! Hoje, o Brasil precisa fazer um novo pacto federativo, por que a prática do PT e do PSDB é a mesma! Cadê o ICMS repartido? Cadê a divisão do Fundo de Participação? Não existe nenhuma força capaz de reverter essa posição, de ser firme nos interesses da população. Queremos água e esgoto 100% tratados e com tarifas justas”. MUDANÇA DE POSTURA - “Já estive em Pará de Minas, anteriormente, e em conversa com o prefeito Antônio Júlio, ele demonstrou ser um gestor responsável, que chamou a atenção da Copasa, mas ela não respondeu. Queremos, então, seguir o caminho do processo a ser feito. A referência de Pará de Minas para nós é fundamental, pois todos pensam que a Copasa é a toda poderosa e que nós não temos força de fazer alguma mudança. Vimos em Divinópolis/MG uma grande evolução, quando a Copasa passou a pagar royalties para a cidade. Nós queremos ser parceiros e sei que muitas outras cidades terão também essa mudança de postura. Somos prefeitos para olhar o interesse da população. Em Montes Claros, a Copasa fatura em torno de 100 bilhões de reais por ano, mas o custo de suas operações são de 25 milhões de reais. Ela tem um lucro líquido operacional de 45 milhões de reais. Isso dá quase 4 milhões por mês. Com esse valor, podemos reduzir as tarifas e fazer muitos investimentos para a cidade funcionar bem. Enfim, gostaria que a Copasa trata-se Montes Claros e Pará de Minas, como trata em BH”.