O estudante catarinense Willian Mallmann, de 18 anos, foi aprovado em nove universidades dos Estados Unidos e está na lista de espera em outras duas instituições. Com tantas opções, teve dificuldades para escolher qual delas iria cursar. Depois de muito pesquisar e contrabalançar os melhores centros de ensino e o valor das bolsas oferecidas, tomou a decisão pensando no custo-benefício. No final de agosto, ele começa a estudar Jornalismo na Universidade de Evansville, no estado de Indiana."Foi difícil a escolha pelo fato de ter sido aprovado no melhor curso de Jornalismo e Comunicação dos Estados Unidos e sinônimo de excelência no mundo todo, a Universidade do Estado do Arizona, além de ter outras universidades de renome na minha lista de aprovações. Tive que balancear muito entre a excelência e o valor das bolsas de estudos oferecidas", explica Willian.
Natural de Campo Erê, no Oeste do estado, o jovem cursou o ensino fundamental e médio em escola pública. A vontade de estudar nos Estados Unidos surgiu ainda na infância, quando tinha 9 anos, mas, segundo ele, "não passava de um sonho". Em 2012, o catarinense participou do programa Jovens Embaixadores, da Embaixada americana, e, embora não tenha sido selecionado, conseguiu formar uma rede de contatos com pessoas que tinham os mesmos objetivos.
Processo de seleção
Willian obteve informações com os colegas e, no ano passado, se inscreveu em dois programas de apoio e financiamento a candidatos que buscam uma vaga em universidades estrangeiras. Foi aceito em ambos e teve os custos pagos pelas entidades. Além de fazer provas em São Paulo, Curitiba e Porto Alegre, o rapaz precisou elaborar um dossiê, com redações, cartas de recomendações, formulários e teste de proficiência em inglês.
Após os resultados, ele promoveu uma campanha na internet para que pudesse estudar no país. Via crowdfunding, sistema de financiamento de projetos, arrecadou 16 mil dólares (cerca de R$ 36 mil, de acordo com a cotação desta quinta). Com o dinheiro, vai poder pagar um ano dos custos de moradia, alimentação e livros. Mas, o garoto precisa de uma quantia para se manter durante os quatro anos de faculdade. Por isso, segue no trabalho de arrecadação do valor total, em torno de 64 mil dólares. Ele busca patrocínio com empresas e pessoas físicas.O jovem é o caçula de três filhos. Tem duas irmãs mais velhas, de 26 e 28 anos. A mãe é conselheira tutelar e o pai atua como motorista. Sem as ações de financiamento, a família não teria como mantê-lo nos Estados Unidos. Ele conta que sempre se envolveu em "muitas atividades ao mesmo tempo". Estudou inglês, dança e começou a trabalhar aos 14 anos, como jovem aprendiz num curso profissionalizante.
O interesse em cursar jornalismo se manifestou em 2008, quando foi selecionado entre mais de 60 alunos de escolas brasileiras para participar do projeto Repórter na Escola, do Instituto Parati. Fez oficinas de comunicação, jornalismo e audiovisual. "Acabei descobrindo as várias possibilidades desta área e me apaixonei", comenta. Depois disso, continuou no projeto até 2013 e colaborou ministrando oficinas em diversas cidades catarinenses.
O jovem está na expectativa sobre a nova experiência, nos Estados Unidos. "Estou muito ansioso porque é algo que venho buscando há muito tempo e parece que ainda não caiu a ficha. Também estou preocupado por causa da questão financeira, mas vou continuar correndo atrás disso", diz. Para contribuir, basta acessar o site de financiamento de projetos do garoto.
