O menino de 11 anos que perdeu o braço depois de ser atacado por um tigre em um zoológico do Paraná pode ter alta nesta segunda-feira (4). Ainda no hospital, ele pediu para que o animal não fosse sacrificado. Testemunhas afirmam que pai colocou criança em área restrita. Ele vai responder por lesão corporal.
No fim de semana, a mãe do garoto, que não quis se identificar, disse que, para ela, não há culpados.
— Não, não consigo fazer julgamento nenhum. O pai tá muito triste, muito triste, muito abalado, só chora demais com o que aconteceu. Ele tá sem estrutura, sem chão, tá o tempo inteiro do lado dele ali.
O pai da criança, Marcos do Carmo Rocha, está no hospital com a criança. Ele disse se preocupar mais com o bem-estar da criança do que com ele mesmo.
— Se vai preso, se não vai, o que importa é a vida dele agora.
A mãe falou um pouco mais sobre o menino. Segundo ela, o filho pede para o tigre não ser punido.
— Ele ficou preocupado. "Mãe, como tá o tigre?" Aí eu falei: "Ele tá bem". "Se me perguntarem, eu quero que ele continue bem".
O tigre não será sacrificado. O felino que se chama Hu e tem três anos deverá ficar um período longe do público para evitar novas situações de estresse.
O acidente
O menino foi atacado em um zoológico de Cascavel, no Paraná, na última quarta-feira, 30 de julho. Ele invadiu uma área de segurança para tocar o animal. Segundo testemunhas, a criança teve ajuda do pai para pular do outro lado. Um vídeo feito por um visitante mostrou o menino brincando com o animal momentos antes do ataque. Ele passou a mão no felino, subiu na grade de proteção da jaula e correu de um lado para o outro na frente do animal.
Pouco depois, ele foi atacado. O momento do acidente não foi gravado. O braço direito do menino foi dilacerado pelo tigre. Depois, já no hospital, o membro foi amputado na altura do ombro. As testemunhas disseram ainda que a criança já tinha agido da mesma forma com outros animais do zoológico.
No zoológico de Cascavel, os animais são separados do público por duas grades de proteção a uma distância de 2,10 metros. Também existe uma placa de advertência. Apesar de o zoológico ter uma equipe que faz a ronda durante o horário de visita, não existe monitoramento para impedir qualquer pessoa de invadir o espaço dos animais.
A polícia abriu um inquérito para investigar o caso. As condições de segurança do zoológico vão ser analisadas. O pai foi ouvido e liberado. Segundo o delegado, Denis Merino, ele deverá responder por lesão corporal grave.
— Ele tem o dever legal de cuidar do filho. Quando ele é omisso nesse dever legal, ele responde pelo resultado.
Marcos Rocha e o filho mais velho moram em São Paulo e foram a Cascaval para visitar o caçula, de três anos.
FONTE:R7