Aberta na tarde de 1º de agosto, na Escola de Artes e Ofícios Sica uma exposição de artesanatos produzidos por detentos da Penitenciária Pio Canedo. A ação foi promovida pela secretaria de cultura e tem como objetivo divulgar o talento dos presos, mostrando a eles que existem outras formas de sobrevivência, sem ser através da criminalidade. Entre as peças confeccionadas estão tapetes, bonés e bonecos que, posteriormente, serão comercializados. A reportagem GP conversou com a diretora do Complexo Penitenciário Pio Canedo, Sara Simões. Confira.
“É motivo de orgulho poder divulgar o trabalho dos detentos, porque eles realmente gostam disso que fazem. É uma oportunidade de mostrar que essa é uma forma de sobrevivência, sem ser através da criminalidade. Eles podem trabalhar e vender seus trabalhos, arrecadando dinheiro para manter suas famílias. É uma oportunidade única e inovadora. A forma como isso aconteceu, foi algo prazeroso. Espero que essa parceria possa perdurar. É uma porta aberta para a sociedade perceber o valor de cada um. Os trabalhos são bonitos e bem feitos”, comemora Sara.
RELUTANTE - “Há quase 2 anos, quando eles solicitaram que abríssemos uma oficina de artesanato, eu fiquei relutante por achar que não poderia sair algo de valor. Um preso, porém, fez um tapete de sacolas plásticas e, quando eu vi aquele trabalho, pensei: Com um pedaço de caneta e sacolas plásticas, ele criou uma obra de arte. Dessa forma, ele quebrou essa minha barreira, fazendo com que eu abrisse esse espaço de artesanato. Ali dentro, é um ensinando o outro. O dinheiro das vendas dos objetos será totalmente revertido aos presos e suas famílias. A grande maioria não acreditava no potencial que eles têm e essa perspectiva de ter um futuro, através da arte é algo engrandecedor; um dos caminhos para a solução da criminalidade no país”.