A reportagem GP manteve contato exclusivo com a jornalista pará-minense Maria Auxiliadora de Melo Aguiar, 55, que reside em Belo Horizonte, onde trabalha e escreve livros. Seu último livro publicado foi A Invasão Perigosa do Mexilhão Dourado e de Outras Pragas; e Riscos Para a Saúde da População e Para a Economia no Brasil, ambos lançados na Rio + 20, em 2012. O próximo lançamento será a coleção As 7 Virtudes - Histórias do Ranchinho do Gavião, previsto para o mês que vem. Não deixe de ler o resumo de sua engajada entrevista.
“Ser jornalista, para mim, não é ser famosa ou ter seu nome reconhecido. É ser o guardião da socieda3de, o defensor da justiça e da verdade, os olhos, ouvidos e a voz do cidadão. Essa foi e é a minha forma de pensar e de agir, até hoje, o que reflete não apenas nos meus trabalhos, mas, como diz Cláudio Abramo, em minha maneira de ser e de viver. Não me considero escritora. Sou jornalista e como jornalista, escrevo. O escritor tradicional é um profissional diferente, ele se preocupa com as palavras, com o ritmo, com a beleza do texto. O jornalista se preocupa com a sociedade, em traduzir para ela os fatos, as ciências. Estar sempre pensando em como contribuir para que haja paz, justiça e cidadania. Por isso e pelo meu trabalho, conclui-se que sou jornalista e não escritora”, apresenta-se Dorinha Aguiar, como é mais conhecida.
PÚBLICO ALVO – “Tenho 5 áreas básicas, todas derivadas de minha profissão de jornalista: grandes reportagens, voltada para o público adulto; livros infanto-juvenis, iniciação à filosofia; guardiões da saúde, série de 24 livros sobre doenças de veiculação hídrica, subdivididas em 6 subséries; livros voltados para a preservação ambiental; e biografias infantis, livros biográficos de e para crianças até 12 anos, ilustrados, onde se registra a sua história e incute valores nas crianças. À exceção das biografias infantis, não escrevo para crianças, mas sim para os pais e responsáveis por elas. Os livros procuram ser atrativos para as crianças com imagens, projeto gráfico, materiais e suportes modernos ou tradicionais. Quando tive meus filhos, eu era muito nova, sem conhecimento e maturidade para saber o que deveria ensinar pra eles, como protegê-los contra doenças, violências, assédios. Com a maturidade, vi que poderia contribuir com os pais e educadores por meio dos livros. É essa a minha intenção ao escrever sobre temas inéditos e de difícil conhecimento ou aprendizagem, voltados para as crianças, jovens e pessoas de todas as idades. Escrevo sobre temas científicos e preocupantes. Faço cursos para ter o embasamento necessário, reescrevo diversas vezes, pesquiso em mais de 3 fontes sobre cada detalhe do tema: filosofia, saúde e cidadania. Escrevo sobre o medo, a solidariedade, as violências contra as crianças e jovens, política e como cada ser pode fazer a diferença, sendo cidadão. Por isso, escrevo para os pais e responsáveis, porque creio que se fosse escrever para as crianças, eu escolheria temas mais dóceis e fantasiosos. No entanto, procuro colocar emoção e inserir cultura e fantasia, apenas como atrativos para os pequenos leitores ou ouvintes”. (Matéria sugerida por TÂNIA LAGE).