No último dia 1º, uma notícia que já via sendo cochichada pela cidade, veio à tona: cerca de 150 funcionários foram demitidos da prefeitura. Como se não bastasse, por si só, esse momento trágico dessa arrastada falta d’água na cidade. Diante disso, a reportagem GP esteve com o prefeito Antônio Júlio de Faria que explicou o motivo de tantas demissões. Saiba mais.
“No artigo 20 da Lei de Responsabilidade Fiscal, diz que o município pode gastar no máximo 54% de sua receita com o pagamento de pessoal e nós estouramos esse limite. Infelizmente, é com o coração doído que venho dar essa notícia. Segurei o máximo que pude, durante 6 meses, com a pressão (que havia) do Tribunal de Contas Estadual que analisa as contas da prefeitura. Nosso limite prudencial extrapolou, em função dos servidores convocados pelo concurso de 2007 e que a prefeitura teve que chamar. Para a prefeitura não ser penalizada, não tive outra alternativa a não ser fazer esses cortes. Alguns desses cortes serão momentâneos, pois teremos que terceirizar o serviço, visto que não podemos paralisar nenhum serviço, em virtude desses cortes”, lamenta o prefeito A.J.
A.J. PRESSIONADO – “Todas as secretarias tiveram de preparar uma lista com os servidores a serem cortados. Cada uma definiu por si própria... Pedi a colaboração de cada secretário, porque é um momento de dificuldades, mas todos compreenderam e espero, também, que os funcionários compreendam que foi por um motivo importante, porque se a prefeitura não tomasse essa providência hoje, 1º de agosto, teríamos, a partir de outubro, todas as contas da prefeitura bloqueadas e eu seria responsabilizado por isso. Então, tomamos todas as providências e vamos nos adequar à esta nova realidade”.
A.J. INCOMODADO – “Não serão demitidos apenas os funcionários do baixo escalão, gerentes também serão demitidos e podemos chegar até cargos ainda mais altos, porque a Lei de Responsabilidade Fiscal me obriga a tomar essa decisão. Os 1ºs a serem demitidos serão os contratados; depois, os cargos comissionados e, se for necessário, os cargos efetivados. Temos duas secretarias que juntamente correspondem a 82% dos servidores que são as de saúde e educação. Portanto, a maior parte das demissões será nessas secretarias. Estouramos o limite da receita com os funcionários, pois estamos com 54,6% e temos que chegar em 51%, que é o ideal exigido pelo Tribunal de Contas. De 51% a 54% é aceitável, mas, quando estamos nesse patamar, vários cortes também têm que ser feitos como as horas extras e alguns benefícios. Estou tomando todos os cuidados para ver se paramos por aqui mesmo, sem ser necessário fazermos mais demissões, no futuro. Não quero ter que falar novamente de demissões... Este é o assunto que mais me incomoda”...