O medo da violência está estampada na cara dos pará-minenses, uma vez que o número de homicídios e assaltos vêm crescendo, dia após dia, nesta cidade. A bandidagem anda solta, aumentando o número de ocorrências policiais. A população amendontrada anda se escondendo dentro de suas casas, colocando grades em suas portas e janelas, transformam seus muros em verdadeiras muralhas. Observando as crescentes cercas elétricas que estão envolvendo as residências locais, a reportagem GP conversou novamente com a tenente Sheila Aparecida Nogueira que falou sobre a Rede de Vizinhos Protegidos. Vale a pena conferir.
“A Rede de Vizinhos Protegidos é uma união entre a comunidade e a Polícia Militar, visando que os vizinhos sejam solidários uns com os outros e, juntos, possam detectar alguma atividade anormal e acionar a P.M. Quando o cidadão tem noção de que ele pode fazer parte da segurança e estar ativo, isso ajuda a polícia a fazer a abordagem e evitar crimes”, pondera a tenente.
FUNCIONA MESMO? - “A Polícia Militar de Minas Gerais foi que formalizou esse serviço e patenteou sua criação e agora vários Estados estão copiando. Até mesmo o Cobam, do Japão, esteve aqui. Trata-se de uma Polícia Comunitária e eles viram o nosso exemplo e levaram para lá. Seu início se deu em Itajubá/MG e é algo bem simples: os moradores se reúnem por ruas e criam círculos de 6 casas, onde um morador procura saber qual é a rotina do seu vizinho (horários, número de veículos e moradores). Quando existe algo incomum, um barulho ou atitude suspeita, um deles aciona a PM comunicando o fato. A partir do momento que colocamos nas casas a placa de Residência Monitorada, os infratores que estão pensando em cometer algum delito, ao ver a placa, pensam que podem estar sendo vigiado. É possível observar nos bairros, onde há essas placas, que a violência caiu drasticamente. No início do ano, implantamos uma rede nos bairros São Luís, São Francisco e Santo Antônio. Depois, vieram os bairros Santos Dummond, São Cristovão, São José e ainda os distritos de Torneiros e Carioca. Vale ressaltar que, em Torneiros, foi uma adesão de 100%. Isso porque, por ser um distrito à beira da rodovia, ocorriam vários roubos em empresas de tijolos e as estatísticas mostram que o índice agora está quase zero”.
COMO PARTICIPAR? - “Lógico que quando a ideia vem de uma associação de bairro é algo mais organizado, mas não é necessário que a iniciativa parta dela, uma vez que existem alguns bairros com problemas de associação. Então, não existe essa obrigatoriedade de servir à associação e nem de pagar nada. É um serviço gratuito e o que se pede é que seja feito um laço de 6 casas e que exista um local para fazermos uma apresentação com data show. Fizemos recentemente em uma igreja no Jardim Beatriz, com o apoio de padre Gabriel que, através das missas, mobilizou os moradores. É algo comunitário e as placas são implantadas em todas as residências participantes da rede. Após isso, só haverá reuniões para manutenção, como trocas de informações e repasses das placas”.
MAIOR PROCURA - A reportagem GP também falou com o técnico em segurança domiciliar, Márcio Faustino de Oliveira, sobre a demanda de sistemas de segurança. Veja.
“Trabalho com sistema de segurança em geral (portão eletrônico, alarmes, cerca elétrica e concertina), mas também existe o sensor interior que é infra vermelho e capta os movimentos. Temos ainda o sensor pet que geralmente é usado do lado de fora para não detectar nenhum animal de estimação. O bairro que vem procurando mais pelos meus serviços é no Jardim América. Ali, nos últimos meses, houve uma boa demanda. Mas outros locais fora de Pará de Minas também procuram por esses serviços como Florestal, Torneiros, Igaratinga e Ascensão”, ensina Márcio (Rede Seg Sat, rua Frei Henrique, 193, 3231-2832).