Quem passa pela praça Torquato de Almeida está dando de
cara com as feias grades colocadas pela prefeitura em torno
das parreiras, onde idosos jogavam baralho, todo dia. A
reportagem GP estranhou, da mesma forma que estranhou,
quando, no início da atual administração municipal, fecharam
com correntes o coreto. Conversando aqui e alí, foi informada
que o responsável seria o secretário de assistência
social, o vice-prefeito Geraldinho Cuíca que, procurado, conversou
com a GAZETA. Atualize-se.
“Tivemos uma reunião com os comerciantes da praça Torquato
de Almeida, alguns taxistas, o major da PM, a secretaria
de assistência social, as secretarias de saúde e de cultura,
para tratar do caso dessas pessoas que estavam vivendo na
praça. Além dos jogos de baralho, temos casos de prostituição,
viciados em bebidas e drogas e moradores de rua. O major
solicitou que tirássemos o jogo da praça. O baralho em
si até que não é um grande problema, o ruim é que existiam
jogos ali a valer, sem contar que alunos de uma escola próxima
viam a cena. Enfim, o local não é propício para isso. Oferecemos
para os idosos um espaço para eles jogarem baralho
no Centro de Convivência que é um local adequado, porque,
de 2ª a 6ª feira existe uma atividade diferente. Na secretaria
de cultura está acontecendo uma exposição onde detentos expõem
suas artes. Aí, foi sugerido que colocássemos bordados
feitos pelas detentas nas grades que cercam a praça. Iremos
expor ali todas as artes criadas. Iremos utilizar melhor aquele
espaço”, vislumbra o vice-prefeito.
POR QUÊ? – “No Centro de Convivência temos ginástica
para os idosos. Então, iremos trazer a ginástica para a praça;;
pois queremos movimentar mais o local, tirando dali aquelas
pessoas. Por ser um ponto central, não é agradável ficar da
forma que estava. Pedimos a comunidade que liguem para
o Centro Pop para fazer uma abordagem, porque se a população
não parar de dar esmolas, isso poderá agravar, ainda
mais, a situação, porque essa atitude mantém essas pessoas
vivendo nas ruas. Fechamos o coreto também, porque pessoas
dormiam e faziam suas necessidades ali. Enfim, é uma
ação em conjunto com várias secretarias, prefeitura e polícia
militar. Vamos dar início à essas ações na praça Torquato e,
depois, partir para outras praças também”.
ELES NÃO VOLTARÃO? – “As pessoas que frequentam
o Centro Pop têm um cronograma. Pela manhã, eles tomam
café, participam de oficinas e tem suas obrigações a cumprir.
Os integrantes do Centro Pop não é formado por uma população
de rua que incomoda os outros. Temos uma parceria
com a igreja Batista que vai nos ajudar com um pernoite, para
que possamos retirar todos das ruas e acabar com essa população.
Nenhum morador de rua é obrigado a ir para o Centro
Pop. Cabe a cada um fazer a sua escolha. Os agentes fazem a
abordagem, pedem documento, levantam ficha criminal, mas
têm de tomar cuidado, porque, às vezes, pode ser um fugitivo
que está ali. É feito uma observação da situação, através de
uma assistente social e uma psicóloga. Aí, ele é levado para
o Centro Pop, onde toma banho, ganham roupas novas, até
descobrimos de onde ele é. No mês de julho, tivemos 51 migrantes
que passaram pela cidade e demos a eles passagens
(de ônibus) para eles irem embora. Existe um cadastro, onde
ele só podem pegar nova passagem daqui a 1 ano. Caso contrário,
fica cômodo: a pessoa vem hoje, vai embora e retorna
novamente, daqui a pouco. Queremos que eles voltem para
as suas casas, desde que permaneçam por lá. Não há como
eles irem e voltarem mais”.
E O DIREITO DE IR E VIR? – “Eles têm o direito de ir e vir,
não de ficar. Temos de incomodá-los, pois eles estão confortáveis
ali por ser um local propício, por ter muitos bares, Cine
Café, Girus e teatro. Na maioria dos dias, há eventos e eles
acabam coagindo as pessoas. Se não tivermos uma atitude
mais severa, daqui a alguns dias, não daremos conta mais.
Procuramos outras cidades também para nos orientar, porque
quando uma cidade fecha as portas, eles vão andando para
outras”.