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Nº 2046
14/11/2024


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E O DIREITO DE IR E VIR? - 14/08/2014

Quem passa pela praça Torquato de Almeida está dando de cara com as feias grades colocadas pela prefeitura em torno das parreiras, onde idosos jogavam baralho, todo dia. A reportagem GP estranhou, da mesma forma que estranhou, quando, no início da atual administração municipal, fecharam com correntes o coreto. Conversando aqui e alí, foi informada que o responsável seria o secretário de assistência social, o vice-prefeito Geraldinho Cuíca que, procurado, conversou com a GAZETA. Atualize-se. “Tivemos uma reunião com os comerciantes da praça Torquato de Almeida, alguns taxistas, o major da PM, a secretaria de assistência social, as secretarias de saúde e de cultura, para tratar do caso dessas pessoas que estavam vivendo na praça. Além dos jogos de baralho, temos casos de prostituição, viciados em bebidas e drogas e moradores de rua. O major solicitou que tirássemos o jogo da praça. O baralho em si até que não é um grande problema, o ruim é que existiam jogos ali a valer, sem contar que alunos de uma escola próxima viam a cena. Enfim, o local não é propício para isso. Oferecemos para os idosos um espaço para eles jogarem baralho no Centro de Convivência que é um local adequado, porque, de 2ª a 6ª feira existe uma atividade diferente. Na secretaria de cultura está acontecendo uma exposição onde detentos expõem suas artes. Aí, foi sugerido que colocássemos bordados feitos pelas detentas nas grades que cercam a praça. Iremos expor ali todas as artes criadas. Iremos utilizar melhor aquele espaço”, vislumbra o vice-prefeito. POR QUÊ? – “No Centro de Convivência temos ginástica para os idosos. Então, iremos trazer a ginástica para a praça;; pois queremos movimentar mais o local, tirando dali aquelas pessoas. Por ser um ponto central, não é agradável ficar da forma que estava. Pedimos a comunidade que liguem para o Centro Pop para fazer uma abordagem, porque se a população não parar de dar esmolas, isso poderá agravar, ainda mais, a situação, porque essa atitude mantém essas pessoas vivendo nas ruas. Fechamos o coreto também, porque pessoas dormiam e faziam suas necessidades ali. Enfim, é uma ação em conjunto com várias secretarias, prefeitura e polícia militar. Vamos dar início à essas ações na praça Torquato e, depois, partir para outras praças também”. ELES NÃO VOLTARÃO? – “As pessoas que frequentam o Centro Pop têm um cronograma. Pela manhã, eles tomam café, participam de oficinas e tem suas obrigações a cumprir. Os integrantes do Centro Pop não é formado por uma população de rua que incomoda os outros. Temos uma parceria com a igreja Batista que vai nos ajudar com um pernoite, para que possamos retirar todos das ruas e acabar com essa população. Nenhum morador de rua é obrigado a ir para o Centro Pop. Cabe a cada um fazer a sua escolha. Os agentes fazem a abordagem, pedem documento, levantam ficha criminal, mas têm de tomar cuidado, porque, às vezes, pode ser um fugitivo que está ali. É feito uma observação da situação, através de uma assistente social e uma psicóloga. Aí, ele é levado para o Centro Pop, onde toma banho, ganham roupas novas, até descobrimos de onde ele é. No mês de julho, tivemos 51 migrantes que passaram pela cidade e demos a eles passagens (de ônibus) para eles irem embora. Existe um cadastro, onde ele só podem pegar nova passagem daqui a 1 ano. Caso contrário, fica cômodo: a pessoa vem hoje, vai embora e retorna novamente, daqui a pouco. Queremos que eles voltem para as suas casas, desde que permaneçam por lá. Não há como eles irem e voltarem mais”. E O DIREITO DE IR E VIR? – “Eles têm o direito de ir e vir, não de ficar. Temos de incomodá-los, pois eles estão confortáveis ali por ser um local propício, por ter muitos bares, Cine Café, Girus e teatro. Na maioria dos dias, há eventos e eles acabam coagindo as pessoas. Se não tivermos uma atitude mais severa, daqui a alguns dias, não daremos conta mais. Procuramos outras cidades também para nos orientar, porque quando uma cidade fecha as portas, eles vão andando para outras”.

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