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Nº 2044
05/11/2024


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HISTÓRIA DE VIDA Lucy Eleutério, 80 - 15/08/2014

Lucy Eleutério, 80, nasceu no dia 13 de março de 1933 e hoje é aposentada pela prefeitura. Para falar de sua história de vida, ela recebeu a reportagem GP, ao lado de uma de suas 4 filhas que também deu depoimento. Confira. “Casei-me com 21 anos com José Cândido, que faleceu há 19 anos, e minha alegria foi ter as minhas 4 Marias: Maria José, Maria de Lourdes, Maria do Rosário e Maria do Carmo, todas nascidas dia 14... de janeiro, de maio, de agosto e de novembro. Tenho 10 netos: Luciana, Luana, Marco Túlio, Bárbara, João, Mateus, Bianca, Arley, Alex e Antônio, e 4 bisnetos: Adam, Isabela, Eduarda e Bernardo”, contabiliza Lucy. PAI E MÃE – “Minha juventude não foi muito boa, pois éramos muito pobres, mas, graças a Deus, rompemos na vida. Éramos 12 filhos e combinávamos muito. Meu pai era muito bom. Falávamos que ele era como uma mãe... Minha mãe também era boa, mas muito enérgica. Eu estudei apenas no grupo, onde combinava com todo mundo. O pessoal aqui da rua também gostava de mim”. A BEBIDA - “Casei nova e vivíamos como ciganos. Meu marido bebia muito. Quando elas eram pequenas, morávamos em Antunes/MG e meu marido era caminhoneiro. Meu pai viu que nós estávamos passando fome com as meninas e nos trouxe para morar com ele. Aí, elas foram crescendo, meu pai teve derrame e as meninas ajudaram a cuidar dele. Quando comecei a trabalhar na rodoviária, meu pai faleceu. Um dia, meu marido me disse: vou ali e volto já. Só voltou 14 anos depois. Me procurou falando que tinha parado de beber, mas, desde que ele se foi, era eu que tinha começado... Eu e minha irmã Nair bebíamos muito! A infância das minhas filhas não foi boa, tivemos momentos bons e ruins”. ALCOÓLICOS ANÔNIMOS – “Meu marido estava agora em Belo Horizonte e me disse que estava frequentando o Alcoólicos Anônimos lá, onde comecei a participar das reuniões também. Quando voltei de Belo Horizonte, juntamente com o José Alexandre, o Vicente de Paulo, o Francisco e o Márcio Meireles - todos já falecidos - fundamos os Alcoólicos Anônimos daqui. Comprava tudo que precisava para fortalecer o grupo, mas não tinha local para ser feito as reuniões. Aí, o padre Hugo cedeu a parte de baixo da casa dele, porque viu que era coisa séria. Desta forma, nasceu o grupo Vida Nova e hoje há vários outros grupo. Daquela turma, só existe eu. Depois, aceitei o meu marido de volta e fiquei com ele até ele falecer. Tem 36 anos que parei de beber”. FILANTROPIA – “Toda vida fui popular. Quando havia algum doente no INSS, eles me ligavam para levá-lo para consultar em Belo Horizonte, pagavam a minha passagem e a do doente. Aí, eu ia, internava a pessoa e ficava de companhia, quando era caso de cirurgia. Quando eu voltava, entregava a pessoa já recuperada para a família. Quando via uma pessoa caída na rua eu a levantava. Várias famílias me agradeciam por esses feitos. Entretanto, hoje só fico em casa; faço almoço para as meninas, faço tricô e caça palavras”. TRISTEZA – “Foi triste quando eu perdi a minha mãe, há 53 anos. Depois, os irmãos, o meu pai, mas recordação mesmo foi quando entrei no A.A. e parei de beber. Não era uma cervejinha, mas 2 litros de pinga por dia. Antes das vendas abrirem, eu já tomava café com álcool. Depois, quando elas abriam, eu obrigava as minhas filhas a buscarem a pinga”.

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