Selo GP - Rodrigo Roreli Laço
Fundação: Francisco Gabriel
Bié Barbosa
Alcance, credibilidade e
imparcialidade, desde 84
ANO 40
Nº 2043
28/10/2024


Notícias
Notícias

O QUE ESTÁ POR TRÁS DA MORTE DA BEBEZINHA? - 04/09/2014

Noticiada na edição 1.516, coluna Giro Policial, sob o título de Bebê de Quase 2 Meses Morre no Berço, a morte de Isabele que chocou Pará de Minas. Os pais dela, ao acordarem, encontraram a sua pequena filha já sem vida. Sem acreditar no que viam, levaram a bebezinha ao P.A., mas nada mais podia ser feito... Ela se foi, mas ficou um mistério no ar. Afinal, de que morreu Isabele? Desde então, a reportagem GP começou a investigar, mas só agora, 45 dias após a sua triste morte, surgiu uma luz no fim do túnel, ao localizar e conversar com a avó materna da criança, Rosilene Maria de Assis Silva, 39, doméstica. Fique por dentro do que realmente aconteceu. “Minha netinha faleceu durante a noite, enquanto os pais dormiam. Acho que foi asfixia por leite... Não sei ao certo se foi para o pulmão, pois até hoje não saiu o laudo... Eles só perceberam, quando o pai dela acordou, pois todos os dias ela chorava na hora que ele tinha de levantar para trabalhar. Mas, nesse dia, ela não chorou e, quando ele olhou, ela já estava morta. Ele, então, chamou os bombeiros para socorrer, mas ela já estava morta... A Karine, minha filha, sempre cuidou delA direitinho e eu, sempre que podia, ia na casa deles para ajudar. Foi um susto a maneira como ela faleceu”, lamenta Rose, como é mais conhecida a avó. COMO ELA ERA? – “A Isabele era uma menina chorona, sorria pouco. Eu conversava muito com ela e ela me olhava com um olhar tão triste... Eu ficava até por entender, sem saber o que poderia ser”... GRAVIDEZ PRECOCE – “A gravidez de Karine, minha filha, foi normal, mas ela chorava muito. Aí, eu falava para que ela não chorasse tanto, porque a Isabele poderia nascer deprimida e chorona. E acabou nascendo do jeito que eu falava, porque eu sou mãe de 3 filhos e sei como é. Mas eu entendia por ser ela uma menina de apenas 13 anos. Ela nem tinha o corpo formado direito. Fiquei muito triste com a gravidez dela... Isso mexeu muito comigo, fiquei muito abatida e acho que isso refletiu um pouco nela. Mas o relacionamento dela com o namorado sempre foi tranquilo. Isabele nasceu, e um mês depois a Karine fez 14 anos. Muito nova! (suspiro). COMO SUA FILHA ESTÁ? – “Depois que perdeu a filha, Karine voltou a morar comigo, mas continua namorando com o pai da menina. Karine é minha filha caçula e ainda está muito triste, mas tentando levar uma vida normal. No ano que vem, minha filha voltará a estudar na 6ª série, porque esse ano não dá mais. Quando chego em casa, ela sempre está muito calada. Ela não gosta que a gente fala no assunto. Revelei algumas fotos da menina para, se ela quiser, recordar depois... (emoção). Ela terá de frequentar um psicólogo. No dia que a Isabele faleceu, Karine doou tudo que era dela para quem precisava, mas eu guardei algumas roupinhas, porque sou muito apegada. Lembro-me de dar banho nela, de vestir a roupinha, mas ela morreu... Queria que ela estivesse aqui. Mas foi um mistério de Deus que a gente não sabe explicar, não é?”. MORTE SÚBITA – Infelizmente, em casos de mortes de bebês saudáveis, nem mesmo uma necropsia consegue revelar a causa do óbito. A síndrome da Morte Súbita ou Morte de Berço (por motivos diversos) continua assustando pais e mães e continua sendo um mistério para a medicina. Porém, informações sobre os fatores de risco ajudam a prevenir o mal que, nos Estados Unidos, atinge apenas 0,51 em 1.000 nascidos. A posição da criança no berço é apontada por pediatras como a principal forma de prevenção. Embora ainda não se saiba o que acontece, já foi comprovado que dormir de bruços ou de lado favorece a Morte Súbita (por causa do leite devolvido pelo bebê e que pode asfixiá-lo). A desinformação sobre o assunto pode ser apontada como uma das causas dessa pavorosa síndrome. De acordo com uma pesquisa americana realizada, as mães que perderam seus bebês dessa forma colocaram a criança para dormir de lado. Porém, 88,5% delas não deitaram seus bebês na posição mais perigosa, a de bruços.

Colunistas