Selo GP - Rodrigo Roreli Laço
Fundação: Francisco Gabriel
Bié Barbosa
Alcance, credibilidade e
imparcialidade, desde 84
ANO 40
Nº 2044
05/11/2024


Notícias
Notícias

Vale ou não vale a pena adotar um filho? - 11/09/2014

Existem atos singulares que costumam mudar a vida de uma família e um deles, com certeza, é a adoção de uma criança. A reportagem GP acompanhou de perto a luta de um casal para que isso acontecesse em suas vidas. Trata-se de Denilson Mendes Ribeiro, 42, aposentado, e Rosa Helena Fabiano, 48, auxiliar de professora, casados há 8 anos. Não deixe de ler. “A ideia de adotar uma criança surgiu, porque eu não posso ter filhos, sou estéril. Então, eu e minha esposa decidimos adotar uma criança. Fizemos nossa inscrição no Cadastro Nacional de Adoção e, depois de 2 anos e 3 meses, conseguimos junto à justiça a adoção de Leandro Augusto Mendes, 6,” emociona-se o pai Denilson. HOUVE DESGASTE? – “Foi um processo bem longo, complicado e desgastante, pois foi necessário fazermos um curso obrigatório e ainda passamos por um psicólogo. Antes mesmo de terminarmos o curso, nós conhecemos o Leandro e, de cara, ficamos apaixonados por ele. Ele morava com uma família que não tinha condições de cuidar dele. Nessa época ele tinha 4 anos e 4 meses. Nesse meio tempo, entre o curso e a efetivação da adoção, o juiz nos concedeu a guarda provisória dele e, depois, a guarda definitiva. Inclusive, o sobrenome dele foi trocado, quando mantivemos apenas o 1º nome, visto que ele já havia se acostumado a ser chamado pelo 1º nome”. A ADAPTAÇÃO FOI DIFÍCIL? - “Ele já havia passado por outras 5 famílias... Então, acho que até ele já ficava com um pé atrás, sem saber se iria continuar conosco ou não. Ele não tinha estabilidade emocional, era uma criança carente, um pouco agressivo. Ele tinha pesadelos e gritava muito durante a noite. Tivemos até que avisar os vizinhos para eles não pensarem que estávamos espancando o menino. No princípio, ele ficava um pouco acanhado, mas depois de 1 mês ele já me chamava de pai e com a minha esposa, depois de 3 meses, ele já a chamava de mãe. Foi um processo, ao mesmo tempo, dolorido e alegre. A coisa que ele deu mais importância, quando chegou aqui em casa, foi a caminha dele e até, quando recebemos visitas, ele não abre mão de dormir na cama dele (riso). É uma emoção indescritível, visto que eu não posso ter filhos. Falei pra ele que ele pode confiar 100% em mim, porque que vou fazer tudo por ele... Ele me retribui com um carinho enorme”. FELIZ COMO MÃE? – “Depois que ele veio para nossa casa, tudo mudou, nossa vida ficou mais alegre. Não estou dizendo que éramos tristes, mas, depois da vinda dele, ficamos ainda mais felizes. Tudo muda, até os dias ficam mais belos, quando me lembro que agora sou chamada de mãe (emoção). Ter uma criança para me chamar de mãe é a melhor sensação que já experimentei na vida... É até difícil dizer o quanto isso foi importante pra mim. É uma emoção que ninguém sabe explicar. Como já foi dito, ele custou a se aproximar de mim, demorou mais ou menos 3 meses para vir no meu colo e me chamar de mãe. E a vida não mudou apenas para nós, mas para ele também que hoje é uma criança linda e muito ativa que adora brincar com os carrinhos dele, pintar, andar de bicicleta e usar o computador”, derrete a mãe Rosa Helena. PRETENDEM ADOTAR MAIS? – “Mesmo tendo passado por todas as dificuldades do processo, acredito que valeu a pena. No começo, foi muito difícil... Mas para aquelas famílias que dependem da adoção para ter um filho, como nós, digo que lutem e não desistam. O processo é difícil, mas, depois, o resultado é compensador. Porém, mesmo sabendo que é uma alegria enorme, tanto para nós quanto para a criança, não pretendemos adotar outros filhos, porque o processo é muito desgastante e agora já temos ele para cuidar”.

Colunistas