Adrenalina, paisagens extraordinárias, estradas de terra, veículos potentes, alta velocidade e competição. 2.800KM percorridos de moto entre Goiás e Minas Gerais em apenas 7 dias. E o Rally dos Sertões concretiza essa aventura, que também requer aptidão física e psicológica. Para saber como realmente é competir em um evento internacionalmente conhecido, a reportagem GP conversou com o empresário e piloto pará-minense Marco Antônio Pereira, que contou sobre essa experiência e oportunidade. Saiba mais.
“Minha 1ª participação foi em 2009, junto com meu irmão Júlio César, e certamente foi a maior aventura que fizemos. Nesta época, o rally era bem amador e improvisado, por isso sofremos bastante durante a prova. Eu voltei para casa com 3 motores fundidos e o Júlio com 1 troféu. Mas começaram a surgir algumas novas tecnologias que, para mim, estavam ajudando muito o piloto e com isto minimizando as qualidades dos pilotos mais completos. O uso de tecnologias é uma evolução natural do esporte, mas eu não me adaptei e resolvi parar com provas de regularidade e decidi competir apenas em provas de velocidade”, conta o piloto.
HOBBY – “O rally pra mim é um hobby, então acabo não tendo muito tempo para treinos, a não ser nos finais de semana. Mas estou organizando minha vida profissional para ter mais tempo pra treinar também em dias de semana”.
ALTERAÇÃO – “Neste ano, a prova foi sensivelmente diminuída no percurso e em sua duração, ficando menor e menos cansativa. Foram percorridos 2.800KM, mas nas outras edições a prova já teve 5.000KM ou até mais. Ao meu ver, o rally perdeu no quesito resistência x estratégia, pois eram menos dias de prova, os pilotos cansavam menos, quase não caíam, nenhuma moto quebrava e quase ninguém errava. Mas para mim, um rally do porte do Sertões, 2º maior do mundo, também precisa testar a resistência, o psicológico e a estratégia dos pilotos. Este é o meu perfil e é onde me saio melhor, então acho que o rally precisava rever este critério”.
REVOLTA – “No 3º dia do rally fiz uma excelente prova, cheguei em 13º geral e 2º na categoria, assumindo a vice liderança na minha categoria no acumulado geral e 4º melhor brasileiro na prova. Porém, no final do dia, tive a penalização de 59 minutos, por ter passado a 83KM/H em uma zona de 80KM/H. Isso me deixou extremamente revoltado e desmotivado com a organização do evento e, consequentemente, com a prova”.
FUTURO – “Tenho 2 vice campeonatos brasileiros e 1 vice campeonato do Rally dos Sertões. Meu objetivo é ser campeão brasileiro e campeão do Rally dos Sertões na categoria Production Aberta. Para o ano que vem, estamos com um projeto junto a Zema Petróleo e a Osper, meus patrocinadores, de montar nossa própria equipe de rally. Iremos montar uma estrutura completa de apoio aos esportistas pará-minenses e, provavelmente em novembro, iniciaremos a campanha para selecionar os competidores especializados”.