Na última semana, o teatro Geraldina Campos recebeu a peça Em Louvor à Vergonha encenada pelo grupo mineiro Madame Teatro, que ganhou o público patafufo. A reportagem esteve com o ator e diretor da peça, Diego Bagagal, com o português e assistente de direção e fundador do Madame Teatro, Martín Diniz, e com o gerente do teatro local, Diego Ribeiro. Eles falaram sobre a apresentação e sobre a oportunidade de se apresentar fora das capitais. Confira.
“O público pôde ver uma experiência, um trabalho que apresenta outras sensações, além da visão e a audição. Em nossa peça transcrevemos os últimos minutos da vida do Oscar Wilde, um artista que mudou a história literária, portanto o tema foca muito na morte por amor, um amor que independe da sexualidade, um amor aberto, que o leva à tragédia da sua vida, que é a prisão, até sua morte em Paris”, resume o diretor Diego Bagagal.
1ª E ÚLTIMA VEZ – “Talvez essa foi a última vez que trazemos esse espetáculo para Pará de Minas, pois não temos intenção de voltar com essa turnê, é muito difícil trazer algo gratuito. É muito complexo sair das capitais, quem acha que sai mais barato, não sai. Adoraríamos ir e voltar. Mas essa singularidade das apresentações também é algo que acho bonito no teatro, ser uma única vez, tudo no teatro morre em cada apresentação, mesmo sendo a mesma peça, ela é sempre única, não existe reprise”.
SENTIDOS – A reportagem GP também ouviu o português e fundador do Madame Teatro, Martín Diniz. Leia. “Essa ideia de trabalhar com os sentidos é uma ideia peculiar nossa, a ideia do Madame Teatro é fazer uma peça de arte que vai muito além, fazemos coisas que nem sabemos explicá-las. Temos e usamos alguns essências que combinam com os momentos apresentados no espetáculo. Além disso, a música é utilizada de duas formas, em diálogo com as cenas, que na apresentação contou com um violonista barroco, e como trilha sonora, que é a música eletrônica criada pelo baixista do Jota Quest, feita no baixo acústico”, conta Martín.
AGRADANDO A GERÊNCIA – O diretor do teatro Diego Ribeiro também falou em resumo sobre a peça. Veja. “Foi uma experiência nova no teatro para quem já está habituado aos textos lineares e comédias, foi uma situação diferente, com uma experiência olfativa, em questão do cheiro, a luz também teve um papel importante, além da música executada ao vivo”.