Aborto sempre gerou e ainda gera polêmicas como os recentes casos no Rio de Janeiro/RJ; enquanto alguns se dizem a favor, a grande maioria é contra. Segundo a Organização Mundial de Saúde, estima-se que são realizados mais de 44 milhões de abortos por ano, no mundo, resultando em 70 mil mortes,e mais de 5 milhões de lesões maternas, também por ano. Para saber mais, a reportagem GP entrevistou o ginecologista Francisco Vidal Chicata Olazabal. Saiba mais você também.
“O aborto espontâneo ou causal é aquele cuja expulsão involuntária do embrião ou feto acontece antes de 20/22 semanas de gestação e a causa mais comum são as anomalias cromossômicas (50% dos casos). As outras causas são as doenças sistêmicas (lúpus, diabetes, etc.), doenças hormonais, infecções e anomalias uterinas. Há ainda a idade materna e abortos repetidos que também são fatores associados a abortos espontâneos sem causa aparente”, informa o ginecologista Chicata.
E O INDUZIDO? - “Historicamente, sabemos que o aborto induzido vem sendo praticado através dos tempos, por diferentes métodos, e seus aspectos morais, éticos, legais e religiosos ainda são objetos de intensos debates em diferentes partes do mundo. Porém, quando ele é praticado por pessoas capacitadas há segurança. Entretanto, quando pratícado por pessoas não qualificadas ou fora do ambiente hospitalar - os chamados abortos clandestinos - resultam em mais de 70 mil mortes por ano. Os abortos induzidos possuem outras subcategorias: 1.) ABORTOS TERAPÊUTICOS que são provocados: * para salvar a vida da gestante; * para preservar a saúde física e mental da mulher; * ou para dar fim a uma gestação que resultaria numa criança com problemas congênitos incompatíveis com a vida. 2.) ABORTO ELETIVO: provocado por qualquer outra motivação. Ainda podem ser divididos quanto ao tempo de duração da gestação: 1.) SUBCLÍNICOS: acontece antes de 4 semanas de gestação; 2.) PRECOCE: acontece entre 4 e 12 semanas de gestação; e 3.) TARDIOS: após 12 semanas”.
AUMENTOU OU DIMINUIU? “Os riscos de um aborto induzido dependem muito da maneira como é praticado e por quem, levando-se até ao risco de vida. Felizmente, a incidência do aborto estabilizou-se nos últimos anos, após ter tido uma queda nas últimas décadas. Isso aconteceu, possivelmente, devido ao maior acesso da população ao Planejamento Familiar e aos Métodos Anticonceptivos. Como médicos, o que podemos fazer é orientar a população que antes de praticar um ato desses não se esquecer de que o feto é um ser que não pode se defender. E que ele é simplesmente resultado de um ato (sexual) irresponsável. Portanto, a melhor maneira de evitá-lo é se proteger, tomando seus cuidados e procurando orientação médica”.