O 200° Grande Papo foi realizado no dia 25 de setembro, na Fapam, quando o tema escolhido pela direção da faculdade foi o estresse. Para tanto, a GAZETA convidou o clínico geral Zilmo Dourado e o psicólogo David Faria. A abertura ficou por conta do grupo Brisa & Amigos, composto por Derlane Moreira, Antônio Rachid e Cláudio Filho, que apresentaram o mesmo número que encantou a todos, no Garra Profissional deste ano, realizado na Girus. No encerramento, como tradicionalmente acontece, foi realizada a sabatina Grande Prêmio com entrega dos deliciosos brindes enviados pela Itambé, fiel parceira do evento. A reportagem GP conversou com os debatedores. Confira.
“Existem mecanismos no organismo que nos preparam para determinadas situações difíceis da sua vida. Então, um nível de estresse pequeno é importante para o organismo, mas se ele ficar constante ou muito grande, diuturnamente (todo dia), é maléfico. O tratamento varia: pode ser apenas uma mudança de conduta, mudança na maneira de viver e de enxergar a vida, dar início à prática de exercícios físicos, ler mais e, às vezes, até partir para a medicação. O estresse provoca alteração nas funções cardiovasculares, o que leva à hipertensão; também piora o funcionamento do coração e isso pode gerar tanto um A.V.C. (Acidente Vascular Cerebral) hemorrágico como um A.V.C. isquêmico e outras doenças cardiovasculares graves, como a arritmia”, explica doutor Zilmo, como é mais conhecido.
E O GRANDE PAPO? - “Esta é a 1ª vez que participo de um Grande Papo e eu simplesmente adorei! A participação da plateia, o tema abordado, o nível é muito alto e a qualidade das perguntas me surpreenderam”.
SOFRENDO ANTES DA HORA – A reportagem GP também ouviu o psicólogo David Faria. Veja o que ele disse.
“Costumo colocar o estresse como uma coisa muito simples. Ele é uma preocupação que uma pessoa tem na vida. Ela está pensando no que vai acontecer e, antes disso acontecer, ela já está sofrendo. E quando ela está sofrendo, vai aparecer outra coisa que ela ainda não vivenciou, e aquilo vai virando uma bola de neve... Então, o estresse é sempre estar chateado, rancoroso, reclamando e isso deixa as pessoas ainda mais estressadas. Quando a pessoa começa a escutar mais, a pensar e responder automaticamente, ela irá parar de reclamar e o reclamar, como já foi dito, é o que leva a mais estresse. A pessoa reclama tanto das coisas e dos outros que acaba se esquecendo de olhar para ela mesma. Então, a partir do momento em que a pessoa passa a olhar para ela, naturalmente ela irá fazer as coisas com muito mais carinho e amor, o que irá gerar a leveza. Temos que ter o prazer de esperar, de escutar, de pensar e de responder, porque aí as coisas ficam bem mais saudáveis”, ensina David.
INTERNET ESTRESSA? – “Infelizmente, os jovens, principalmente os adolescentes, estão muito afoitos na internet e nas redes sociais. Então, eles estão ligados a 1.000 por hora. Acham que estão com muita gente, mas, na verdade, não estão com ninguém. E quando eles ficam sozinhos, acabam ficando estressados. Logo, esse contato que está existindo não está sendo um contato físico, um contato de olhar nos olhos... É um contato muito mais de tecnologia, falando mentiras. Diante disso, o que eles acabam aproveitando é o mínimo e isso faz a pessoa estressar. Quando ela começa a estressar e vê que aquilo não está valendo a pena, ela acaba arrumando outro grupo em outra rede social, em vez de simplesmente parar e pensar em procurar as pessoas pessoalmente, olhar nos olhos delas, participar da vida com elas, dar um abraço nos familiares... isso é que leva a uma vida muito mais saudável. Mas não, os amiguinhos e amiguinhas das redes sociais são os preferidos, mas que amiguinhos são esses? Com o avanço da tecnologia, o estresse acabou atingindo uma faixa de jovens entre 12 e 18 anos”.
E O GRANDE PAPO? - “Vendo que todos os universitários estavam participando de verdade, deu para perceber que eles estavam realmente a fim de estar aqui e não estavam estressados por terem de estar aqui. Mas por que estressado? Porque, às vezes, esses alunos têm que participar para ganhar pontos em uma determinada matéria. Entretanto, posso afirmar que esse não foi o caso de hoje”.